domingo, 29 de junho de 2014

Só o que ouço em meus ouvidos

Arte: Olga Suvorova


Só o que ouço em meus ouvidos
São palavras tortuosas.
Seja em verso, ou em prosa,
Pura dor e sofrimento atroz.
Quem não sofreu?
Tu? Eu? Quem?
Este mundo absurdo
Não pertence à poesia,
Àquilo que ela confessa.
A poesia é verdade,
Não desta realidade tão pequena,
Mas de outra infinitamente maior.
O que fazer se os encantamentos se foram,
O que dizer se tudo foi?
Para que poesia, magia,
Num mundo de misérias sem fim?
Para nada e para tudo,
Para que o homem não esteja mudo,
À toda a sua angústia e medo,
Para que grite ainda que somente
Dentro de si mesmo,
Lá no âmago de sua alma,
E veja, que possa com um mero
Gesto transformar tudo,
O mundo inteiro,
Simplesmente... Sentir e amar.

S. Quimas

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