domingo, 29 de junho de 2014

Menino

O Menino e o Coelho - Henry Raeburn


De longe o menino
Que eu fui
Espia os meus dias de hoje
E sua curiosidade
Tem a imensidão
De todas as horas que vivi.
De lá,
Ele me faz caretas
E depois às gargalhadas
Ele ri.
Eta, menino travesso!
Ralho com ele.
Mas ele
Dá de ombros a mim
E faz cara de sonso
E de novo volta
A gargalhar.
Então quem ri
Sou eu
E rio tanto
Que o menino estranha
E de semblante triste,
Uma lágrima
Escorre-lhe pelo rosto.
Há muito
Não via minha risada,
Da minha face
Só lágrimas.
Dou-lhe adeus
E me vou,
Triste, volto ao pranto,
Pensando no menino que fui...
E no homem que sou.

S. Quimas

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