terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Pois é



Muitos querem derrubar um governo para impor um outro.
Por que não têm a ética de governar-se a si mesmo?
Numa sociedade ÉTICA cada um se reconhecesse como capaz e colabora, segundo a sua capacidade, possibilidade, para o Bem de si e de todos.
Bazófia. A maioria é filhos de irresponsabilidades, de covardia, de se desculparem em outros.
A humanidade é infantil e brinca no jogo da desgraça alheia. Liga a TV para levantar o pau e enrijecer o clitóris da sua própria concupiscência. Gozam na morbidez, logo que não chegue em seu lar.
Raça terrível. Flagelo da Natureza.
Não odeio, peço misericórdia.
Não me deem ouvido. Cada um caminha segundo sua ilusão. A minha é a infinita possibilidade, tal é o Universo, segundo a minha mera visão.
Minha visão não é pessimista. Há retidão no mundo: a loucura. Pois no mundo liberdade, igualdade de condições e direitos, fraternidade, ou seja, compreensão que cada ser tem o mesmo direito à existência e somos um elo é utopia. Seja. Sou apenas um louco, mas me prove que um sem razão. Prove.
Não há maior ciência que o amor, não o banal, o dito de boca para fora, porém aquele que emerge e é capaz de suportar a podridão do outro. Não para resgatá-lo, segundo a sua concepção do que seja o melhor, através de sua crenças, mas aquele que apesar de todos os pesares ainda luta e compreende os caminhos de cada um.
Não há abandono, há subida para tomar fôlego.
Queria ser um rasgo de luz, mas como a luz poderia sê-lo se ela se constrói em um Universo de escuridão para brilhar?
A luz não é sentido, nem direção. É apenas si mesma.
Não há questão maior, uma única há: quando começar...

S. Quimas

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segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Melhor



Melhor ser manipulado por minhas crenças pessoais, por minha loucura própria, por minhas ideologias particulares, por minhas próprias reflexões, do que por ideias alheias. Seria insano não ser fiel às minhas contradições, mas ainda jamais ter opinião que não evolua e possa se transformar, ou até mesmo se antagonizar.
Sou um complexo sempre em atividade, um jamais finalizado, projeto que se constrói a todo tempo, diretrizes que constantemente se adaptam, algo que se forma pela existência e não por padrões pré-concebidos.
Não há só Luz, mas também não só escuridão. Há um só todo exato momento e ele se chama "agora".
Não há prisão de memórias, se há muito pouca. Um ponto escuro no Yang, um ponto branco no Yiin.
A vida segue e o aprendizado com ela.
Não há somente tristeza, nem eterna alegria. Há tão somente consciência que não busca conforto, sujeição à estagnação.
O rio flui para o mar e o mar para o céu e o céu para a terra, e de novo forma rios e estes fluem: Eternidade.

S. Quimas

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sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

A maior de todas as filosofias

Calvin e Haroldo


A maior de todas as filosofias é aquela que vem da experiência própria e de seu exame. Por mais que seja verdadeira a conclusão de outro, essa verdade não nos pertence. Até pode ser aceita como cabivelmente verdade, mas nossa realidade pessoal supera a verdade de outrem.
Há uma verdade coletiva, mas sempre pelo exame fundamental de nossa consciência própria.
Julgamento não é conclusão, é apenas proposta à nossa dúvida, uma instigação a que reflitamos ainda mais.
É no esmiuçar da possibilidade que caminhamos.
O ser é o nada todo possível, jamais o ser terminado.

Luz e paz.

S. Quimas

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quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Lagartos vomitam gestos de uma cultura usurpadora



Lagartos vomitam gestos de uma cultura usurpadora.
Não há previsão de consequência.
Isso jamais compreenderam em sua erudição.
O modelo é apenas viver
E ver o bicho que dá.
De toda certeza
A incerteza é a regra mais provável.
É reboliço de existência,
Pois a vida não se acomoda
E sempre se questiona.
Não há condução que não seja crença,
Melhor a abstinência de tê-las,
Melhor ouvir Vivaldi
Que a surdez de música.
Não que silêncio
Não seja um tanto preciso,
Mas porque a vida é imprecisão.
Contudo da vida nos resta o coração,
Não o órgão,
Porém o sentir.
Abandona isto e verás
Como é nula toda a coisa...
Bastam-me todos os filósofos,
Na minha cabeça já não cabem.
Tornei-me irracional:
Quero só existir e tão somente viver.
Seja assim a total ignorância da minha iluminação.

S. Quimas

sábado, 13 de dezembro de 2014

Reflexões

Cassini - Foto: NASA


O discurso do silêncio é a retórica mais perfeita frente à ignorância, pois os ouvidos de quem não quer se alimentar de sabedoria são mais surdos do que uma pedra.

A ação mais digna sempre será aquela que avalia o oponente como sendo si mesmo e reconhecendo a possibilidade de sermos tão falhos quanto ele.

A luz não busca as trevas, mas só brilha por ela existir.

O caminho do sábio é antes estrada para si mesmo.

Renunciar-se é ação de ser o Universo todo em si mesmo, mas não atitude de não se reconhecer ao contrário.

Não há busca, somos todos encontrados. A questão é que nossos sentidos são lentos em percebê-lo. Guia tua vida não por eles, mas pela confiança da tua própria Luz. Ainda que estiveres errado, melhor a mentira própria do que a que te tentam impingir. Que sejas falho, mas não te aquebrantes em meio ao caminho. A perfeição está no caminhar. Não há afinal encontro, pois o que importa já era si mesmo desde o início da caminhada e tu sempre foste tua inteira companhia.

Só aprende quem labora no campo da própria ignorância. O campo é infinito.

Acorda, pois o Universo não é só as estrelas e corpos celestes. Também tu és. Teus olhos não veem tudo, porém que te reconheçam parte da imensidão.

A vida é delírio. Embriaguez de existência. Siga em êxtase.

Luz e paz.

S. Quimas

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sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

O Tempo



Muitos existem, mas raros vivem. Oscar Wilde (Algo mais ou menos assim.)


O tempo passa. E tu te apercebeste de cada segundo?
Estiveste de fato consciente, presente, em todos?
Medonho viver a vida. Fácil a alienação de nos abandonarmos às crenças que nos desconstrói como Ser, pois exteriores são.
Não somos doutrinas e filosofias.
Somos nossas próprias e individuais experiências.
Aí há verdade. Tudo mais é ilusório.
Cabe-nos julgamento do que nos serve. Do restante te liberta.
Não há que carregar carga alheia, senão a ti mesmo.
Viva a Luz de teus dias, que tua aurora seja o nascer de tua alma, brilhante como teu próprio espírito.
Lamento por quem não tenha existido e abraço a todos quê vivos.
Há falácia na crença da morte e na natureza da vida. Quem se conhece sabe, não há eternidade enquanto crença, mas consciência na infinitude. Ser.
Quem sabe, sabe também do que falo.

S. Quimas

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quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Conhecer-se

Nebulosa - Foto: Telescópio Hubble


Olvida o que aprendeste para que possas aprender de ti mesmo. O excesso de fardo daquilo que não te pertence, só torna mais dificultoso o caminhar.
Saber do que são feitas as estrelas é muito bom, mas também o é só contempla-las numa noite de céu aberto e apenas percebê-las parte da toda existência.
Assim também é contigo e teu Ser.

Luz e paz.
S. Quimas


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terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Ah, vem para cá, Me aconchega



Ah, vem para cá,
Me aconchega,
Não quero nada, só a ti,
Pois tu és a maior festa,
Os estertores de fogos,
O silêncio do teu cheiro,
A flor que é apenas pincel em um sonho,
Pintura incompleta
E tão tremenda realidade em mim.
Ah, vem para cá
E sejas apenas o que tu és,
O melhor de mim mesmo.

Para ti, Meg.


domingo, 7 de dezembro de 2014

Não posso trazer o sol



Não posso trazer o sol,
Mas posso amanhã
Abraçar-te.
E tu estarás comigo.
Não é poesia,
É a certeza do que desejo.
Esse poema se perde
Na tua ausência.
Só te quero,
Para sempre.
Assim exato,
Como o delírio que vivo.
Noites não calmas,
Dias ainda piores.
Por que não te amar?
Por que não te simplesmente, amor?

S. Quimas

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Nada

Ordem para o Caos - Ursula K. Lampron


Mais tarde,
Agora não.
Agora não quero dizer nada,
Absolutamente nada.
Quero só silêncio,
Nem a brisa quero.
Nada que me mova,
Nada que me retenha.
Nem partir,
Nem permanecer.
Não quero perdão,
Não quero amor,
Não quero nada,
Não desejo nada,
Nada somente isso
E mais nada.

Há quem busque.
Eu já estou encontrado.
Estou em minhas incoerências,
Nos meus deslizes,
No ufanismo de minhas posturas,
Na glória da minha ignorância.
Basta-me a mim mesmo,
Não preciso trazer a frustração
E a desgraça de outros tantos.
Bastam meus pecados,
Não preciso trazer outros de outros édens.

Agora não quero nada:
Não quero alegria,
Não quero tristeza,
Não quero sentir.
Não quero pensar nada.
Só quero a mim mesmo
E mais ninguém,
Pois estou nada,
Sou nada,
Nada
E tudo isso.


S. Quimas

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Não se ponha palavras na boca de incerteza



Não se ponha palavras
Na boca de incertezas
E, jamais, da confiança,
De nenhum absoluto.
Palavras são imponderabilidades,
Instrumento de capeta
Na construção do pensamento,
Matéria imponderável,
Volátil como nuvem.
Imagem diáfana
De um tão somente
Eterno agora.
Não há ciência,
Jamais houve filosofia,
Não há senão proposições
E assim nasceram os sofismas.
Tudo se move,
Essa a Lei — ou não.
A dúvida move,
Faz da vida rebuliço, busca.
O resto é arapuca dos que se renderam.
Não há preciosidade,
Há o quê cabe no momento:
Seja veneno,
Seja alimento,
Seja poesia apenas.
Razão como flor
E como flor expressão completa,
Com todos seus pseudos nomes,
De tudo que fingimos importância,
Mas que se leve da vida,
Apenas... Ainda... Admiração.

S. Quimas

sábado, 29 de novembro de 2014

Já não há tempo



Já não há tempo
Para realidades alheias,
Pois minha vida se estrangula
Para viver ainda meus próprios sonhos.
Não há mais paciência em mim
Para quem não devaneia
E trata a vida como coisa
Séria demais.
Não me permito mais
Abrir as janelas
E não cumprimentar o dia
E dizer ao Sol um “Bom dia!”
E a Deus, que seja o dia para todos abençoado.
Não há mais tempo para superficialismos,
Para inexatidões de opiniões,
Para tudo que contradiga beleza e amor.
Não há tempo
Para tempos sem música,
Sem arte, sem sentimento,
Para coisas em que não me envolva por completo.
Não há nenhum tempo em mim
Sem amor, pois meu todo tempo
É tempo de me apaixonar
E, assim, todo o meu tempo
É tempo de amar.

S. Quimas

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Quero um amor verdadeiro

Krishna e Radharani


Quero um amor verdadeiro,
Porque o impossível
Pode acontecer.
Quero um amor calmo,
Como o cheiro de um travesseiro,
De lençóis limpos,
Mas também quero que se amassem
Nas ondas de nossos corpos.

Quero um amor verdadeiro
Que seja presença
E ausência de tudo antes.
Não que busque,
Mas que partilhe na fartura
Da mesa da existência
Tudo o que já é.

Quero o vinho e a embriaguez
De versos absurdos,
De falar de amor
E suas controvérsias, quero.
Quero grandeza e cada mínimo gesto,
Todas as preciosas horas
E todos infinitos momentos.
Poesia e sonho,
Realidade e devaneio.

Quero um amor verdadeiro
Que de todo me furte de mim,
Que me leve ao delírio, êxtase,
E quero tão somente, simples...
Amor.

S. Quimas

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Essa noite vão me matar



Essa noite vão me matar.
Vão me matar com suas absurdas certezas,
Com suas crenças que jamais se questionam.
Vão me matar pelo tédio da sua repetição,
De suas vidas comezinhas,
O sempre, mesmo, o sempre.
Vão me matar pelo tédio de suas mesmices,
De suas hipocrisias veladas em retórica
De firmezas que não há em si mesmos.
Vão me matar porque devo ser morto,
Pois morto deverei ser,
Já que não compartilho de inércia e grito.
Meu grito às vezes é o que é silêncio,
Pois muitas vezes silêncio é sinfonia,
É música maior.
Quem sabe do poeta o que vê?
Seus olhos se estrangulam num mundo de falácias,
Mas veem a tudo, como exatamente vê.
O que declara é ignomínia, é o prevaricar
Da sua consciência e o derramar da insuficiência,
Toda a sutileza da porrada que dá em sua alma
Para que acorde a cada instante
E só durma em seus sonhos e devaneios.
Ser poeta é tumba e útero,
É sempre se parir outro a cada instante
E morrer para outro momento e renascer.
Não desejo glória, ao menos que me ouçam
E nem tanto,
Pois que sejam surdos,
Mas me compreendam os gestos,
Se gestos de fato vêm de mim,
Se palavras possam sê-lo,
Contudo que nenhuma delas
Não seja somente sinceridade.

S. Quimas

Busca e Encontro


Galáxia NGC 5033 


O amor às vezes é severo, tresloucado, mas só germinará onde também o exista. Amar não tem foco, é antes a toda extensão do Universo. Nele cabe tudo, até o ódio que lhe opõe.
O ódio, o desprezo, o egoísmo, são apenas estágios da mesma natureza. É sentir além.
Quem não é capaz de sentir além de si, ainda que destrutivamente, está "morto" literalmente, pois se concebe único, ou assim se sente. Creio que não haja tal no Universo, se o há não tenho consciência.
Que sejamos mais fraternos, até conosco mesmos. Sendo irmãos de nossas almas, quiçá poderemos ser de todas outras.
Quem não se perdoa, jamais terá integridade no perdão ao outro.
Quem não é Amor, jamais amará.
Sejamos e nos perdoemos.
Nossa ciência e racionalidade, nossas doutrinas e religiões nos levaram a um separatismo que é uma total inverdade. Quem tem o melhor deus, quem tem a razão?
A razão é uma só: tudo existe e se transforma.
Que sejamos essa “metamorfose ambulante”, a mais completa. Ainda que tenhamos certezas, que sejam essas as nossas e respeitemos as alheias e compreendamos que tudo passa, pois mesmo nosso sol se extinguirá um dia e todo o sistema com ele.
Que o mundo seja de cooperadores e não de competidores, pois assim perecerá.
Cada hora urge em sua renúncia de nossas posturas rígidas, no abandono de nossas ilusões de grandezas, ou daquelas das nossas misérias autoimpostas. Sejamos apenas a nossa verdade.
Sejamos um, cada qual com sua sabedoria, cada qual com sua ignorância, mas todos com a compreensão de nossos limites e nos amparando em nossa transcendência.

S. Quimas

Sejamos

O Profeta Gentileza


Que recubramos nossos corpos por um pudor insano, construído por preconceitos e inverdades, por imposições de uma sociedade hipócrita, mas que a cada instante desnudemos nossas almas e nos mostremos como de fato somos. Ainda que falhos, sejamos reais e não a mentira de nossos imensos condicionamentos. Que os admitamos e repensemos tudo em nós mesmos. Somos capazes, e quanto. Somos diamantes e apenas areia no deserto da autoimposição.
Há esperança, porém se liberta quem é ainda um pouco de si mesmo.

S. Quimas

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A Utopia



A utopia é a mais severa realidade dos que a buscam. Impregna completamente seu ser, molda-lhes o caráter, torna-os visionários, lhes extirpa qualquer desejo de acomodação. Enfim, retira-lhes qualquer maior prazer na conquista e lhes dá a felicidade por somente caminhar e sempre seguir em frente.

Luz e Paz.

S. Quimas

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Mensagem à Humanidade II

O planeta Terra e a Luz


Existe uma história, e por detrás dessa história outra, que não surge às vistas da quase totalidade das pessoas. Fatos se encadeiam, formando um colar muito distante daquele que se descreve nos livros e se propaga na mídia em geral.
Portas se abrem, ou se trancam para que a humanidade não desperte e alcance a plenitude, para que não tenha consciência de si mesma e dos propósitos que cercam sua vinda ao planeta.
Muita teoria e contrainformação são lançadas no ar, para que seja instaurada a descrença e se subjugue às pessoas, prendendo-lhes numa eterna depressão e na profunda alienação, que se compensa através de um materialismo exacerbado, apoiado em um consumismo destruidor dos recursos planetários.
Talvez a própria humanidade não queira dar o salto, talvez a apatia, talvez o medo do novo e universal lhe apavore.
Contudo, independente da negação às transformações e à existência de uma realidade mais ampla, o curso é inexorável e flui à revelia do ser humano.
Sinais estão sendo dados e o mar batido. Alguns sabem o significado de tudo isso, outros preferem permanecer de olhos fechados e ouvidos surdos.
Uma hora, a voz se calará, pois tudo estará consumado e nada mais a ser dito ou acrescentado.
No que digo não há doutrina ou religião, só um clamor à consciência: retirem-se das gaiolas, antes que vos fechem às portas!

Luz e paz.

S. Quimas

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segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Estender as Mãos



Para o homem comum basta, o quê se julgue dotado, que se dispa da sua soberba e lhe estenda a mão e com palavras carinhosas e com paciência lhe traga luz. Execração é trevas.
Sentir-se superior é apenas não ter entendido a outra estrela maior, aquela que a cada dia se desnuda em uma nova descoberta.
A tudo dê limite, mas jamais ao Amor.
O Amor não deixa de ver o erro, mas não condena a nenhum inferno.
O Amor ampara. O Amor não é soberba e preconceito. É busca de caminho à redenção.

Luz e paz.

S. Quimas

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sábado, 22 de novembro de 2014

Os povos clamam por justiça e são respondidos à bala



Os povos clamam por justiça e são respondidos à bala.
Instaura-se na humanidade a Nova Ordem Mundial.
O "gado" reage, mas o poder os desarmou em sua inconsciência, dando-lhes fuga nas distrações hodiernas, substituindo os sentimentos de amor e fraternidade reais por "curtires". Favorecendo-lhes acesso a tecnologias que suplantaram a vontade do contato pessoal, favorecendo a violência e implantando o medo e a precaução de não irem às ruas, de se isolarem em seus lares, e, assim, cada vez mais, o isolamento, o insulamento de cada um.
Tornam-nos neuróticos, filhos de uma paz perdida, ou que jamais houve, pois para que haja paz real deve haver comunhão. Porém, comunhão não há, pois onde há comunhão também há respeito às diferenças e, principalmente, luta pela equanimidade de direitos e oportunidades.
Assim caminha a humanidade: para o abate.

S. Quimas

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Quero saber se alguém consegue despir o outro



Quero saber se alguém consegue despir o outro e vê-lo como é: despido de si mesmo.

S. Quimas

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O Filme da Minha Vida

Cena de Casablanca

O único filme de terror que realmente me meteu medo foi a retrospectiva de minha vida. Filme classe C. Mal dirigido, interpretação a desejar, milhões gastos em cenários, coadjuvantes nem sempre brilhantes, ator principal deficitário, extras perdidos, pois a direção era péssima. Muitas vezes levantei e fui ao banheiro ou para comprar pipoca. Mas, como paguei um preço alto pela entrada, continuei assistindo a fita.
Ainda não saí do cinema. Não sei, a direção de fotografia era o que salvava. Perfeita, apesar das rudes cenas, que às vezes surgia na tela. Porém, havia outras fantásticas. Sei lá, sou artista e me pairo pela imagem. Compreensível.
Não é o melhor enredo do mundo, mas conciso com a história real. Daí relaxei e apesar de ser uma película de segunda classe. Fui compreendendo que o brilhantismo estava muito mais em mim, o espectador, que apesar do nefando filme, eram meus olhos que o via assim.
Busquei um refrigerante. A mocinha do balcão era tão simpática, Valia continuar assistindo o filme até o final.


S. Quimas

Coisa



Uma coisa é uma coisa.
Outras não.
Coisa por coisa,
Ainda assim é coisa.
Ou não?
Sei lá!
É tanta coisa,
E ainda que tanta,
Não passa de coisa.
E por ser coisa que é?
É apenas coisa,
Ou não é.
Será?
Que coisa!


S. Quimas

Aprendi que o perdão é a única forma de nos reconstruir



Aprendi que o perdão é a única forma de nos reconstruir, pois a vida e o passar do tempo nos corrói o corpo, mas o perdão, a cada instante, nos repara a alma.
Somos imperfeitos, muitas vezes palavras ou atitudes nos derrotam na infinita busca pela Luz. Ofendemos, demolimos uma relação que muitas vezes levou anos para ser construída. Às vezes em um segundo tudo se destrói.
Contudo, não há mal irreparável, quando existe perdão. O perdão é fruto do amor, do amor que sentimos por nós, do amor além de nós. Quem ama perdoa, pois cabe ao amor ser assim: dar-se. É como árvore que não questiona a mão que lhe colhe os frutos e nem de quem descansa sobre sua sombra.
Que sejamos basbaques, mas pelas virtudes que manifestemos e não pela vergonha que possamos sentir por sermos retos, ou ao menos pelo esforço em sê-lo.

Luz e paz.
S. Quimas

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Coisas que há em mim choram



Coisas que há em mim choram,
Outras sangram.
Umas são devaneios,
Outras pesadelos.
Feridas me recobrem a alma
Feito a pele de um leproso
E já não caminho mais,
Pois minhas pernas
Já não me sustentam
E os meus pés escarnados
Não se prestam ao andar.
Resta-me vaguear
Pela escuridão de meu espírito,
Sem bússola, sem estrela a me guiar.
Tudo em mim é fenecer,
Agudeza, aspereza, dor.
A alegria se esvaiu
Na imprecisão das horas,
Corroída pela mó das desventuras.
De mim só restam os versos
Que brotam do coração em andrajos,
Cantado pela voz rouca
Da garganta estrangulada pela melancolia.
Não quero que ninguém os leia,
Não quero que se esgotem com o meu mal.
Não quero.
Quero somente me dissolver,
Como a fumaça que sobe do cigarro

E me desencontrar no Infinito.

S. Quimas

O Artista e a Normalidade

Vincent Van Gogh - Autorretrato


Tentar enquadrar um artista em uma condição de "normalidade" é como tentar agarrar o vento com as mãos.
Na infância, os pais castigam a fim de submetê-lo; não dá certo. Na adolescência, os amigos tentam convencer, outros adultos dão conselhos, mas também fracassam. Na fase adulta, casado, é a vez da mulher querer botar rédeas para a total frustração dela. Na velhice, acham-no caduco e excêntrico. Depois que morre, escrevem biografias sobre ele, que rendem fortunas aos seus biógrafos, pois todos os leitores acham sua vida fantástica. E é, pois não dá bola para o ti-ti-ti ao seu redor e segue realizando o que pensa ser o mais correto para si.

S. Quimas

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quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Eu não sou nada



Eu não sou nada,
Nada absolutamente de nada,
Poeta de nada,
Filósofo de nada,
Pois nada sei e de tudo duvido.
Sou absurdo,
Decrépito, ignoto.
Verso pesado demais,
Depressivo, não arranco sorrisos.
Não sou paliativo a dor de ninguém,
Pelo contrário.
Sou inferno, luz nenhuma,
Sou fio de uma navalha
Que corta a carne.
Falo de dores, por vezes de amores.
Sou doce amargo e todo sentimento,
Sou poeta e em mim todo argumento é arte.
Beleza flor, da dúvida também,
De tudo que existe
E de tudo aquilo que me é sonho.
Sou assim, também um demônio.
Brinco com palavras
E jogo versos em uma página.
Lê-os os que se atrevem
E não têm medo de contaminação.
Os que têm estômago que suporte,
Sou vida, sou morte,
Sou inspiração.
Sou poeta,
E , como, sem razão.
Não há triunfo, ou glória,
Porque sempre me vence a poesia.

S. Quimas

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Do Amor

Aquarela de Guan Veixing


Ao amor não cabe julgamento, cabe entrega.
Amar não é dizer: "Eu te amo!", mas é ser "Eu te amo!".
É além do sentir, é prática constante de superação do individualismo, do puramente sensorial desejar. O amor não deseja para si, liberta e é feliz na liberdade do que se ama.
Não se acha virtude no amor, pois o amor não busca qualquer recompensa por ser o que é. É o que é e isso lhe basta.

S. Quimas

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

A mim, só a morte faz corte



A mim, só a morte faz corte,
Só ela se acerca de meu corpo
E se entrega feito prostituta,
Ao custo de minha vida.
Não mais como me desesperar,
Pois não há mais lágrimas a verter,
Minha alma secou
Feito um rio na estiagem.
Não há em mim
Espaço nenhum para nada,
Pois meu espírito transborda de vazios.
Não há espaço para tristeza,
Para dores, para desesperanças.
Não há espaço para a paixão,
Para o amor, ou para qualquer sentimento.
Tudo em mim está repleto de nada,
Um buraco negro sem fim.
Olho pela janela da minha alma
E o que vejo são sombras.
Foram-se as estrelas,
A brisa já não sacode as folhas
De um jardim que virou deserto.
Não há mais nuvens no céu,
Pois ele também não há.
Só vazio. Profundo e infinito
Nada.
Antes, havia a ti.
Antes, eu te havia.
Agora...
Nada.

S. Quimas

domingo, 16 de novembro de 2014

Eu lamento informar

Laelia purpurata


Eu lamento informar, mas nós não somos nem primeiro nem último mundo, não somos nem africanos, nem norte ou sul americanos, oceânicos, asiáticos, muito menos europeus ou centro americanos. Pior, não somos brancos, negros, amarelos, pardos, não temos nenhuma etnia. Um escândalo. Somos humanos partilhando experiências numa pedra que viaja no espaço.
Sinto também informar que nossas crenças subjetivas não passam de peso desnecessário em nossas vidas, que não nos permitem viver em liberdade e toldam nossa consciência e nos tornam infelizes.
Sinto informar, e, como sinto, que não existe céu e, muito menos, inferno, e que isso foi criado para controlar a selvageria de nossos instintos e manipular nossa consciência.
O pior vem agora e peço aos que sejam suscetíveis, que por aqui pare a sua leitura, pois essa revelação é forte demais: todos, não é generalização, todos mesmos, filósofos, ídolos, gênios, exemplos da humanidade, Budha, Jesus, Sócrates, Gandhi, Chico de Assis, Einstein, Newton, todos foram, ou são, iguaizinhos a você: comiam, peidavam, cagavam, arrotavam, se iravam, amavam, desprezavam, reagiam menos ou mais exatamente como você. Contudo, sabe qual era o segredo deles? Perseveravam apesar de seus imensos limites.

Luz e paz.

S. Quimas

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sábado, 15 de novembro de 2014

O mais poderoso

Minha filha Priscila segurando a sua filha recém-nascida


O mais poderoso é aquele que mais auxilia e mais demonstra o seu amor. Constrói da lama de sua imperfeição a casa que abriga, que tem a porta escancarada e acolhedora do seu propósito. Rechaça cada ideia de soberba, luta contra seu ego sem trégua, mas, também, com docilidade, pois percebe que o perdão nasce antes em se perdoar, pois quem não se vê em falha e não é capaz de se perdoar, também não o é a outrem.

S. Quimas

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Quem é de Deus?

A flor de lótus simboliza a perfeição.


Quanto alguém começa a separar "quem é de Deus" e "quem não é" e tem o mórbido prazer de visualizar a imagem do Inferno, almas sendo torturadas, sofrimento "eterno", capetas dilacerando, caldeirões de óleo fervente, enfim, cenas de sadismo sem precedentes, eu só digo uma coisa que contradiz toda essa teoria interpretativa nefanda, imposta pelos fariseus antigos e modernos, catadores de moedas:
"Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor". 1 João 4:8
Não disse que Deus ama, mas que é o próprio amor.
Quem ama não separa, une. Quem ama não sentencia ao sofrimento, ampara. Quem ama não torce pela desgraça do outro, auxilia. Quem ama traz Luz e não trevas.
Não sou religioso, abomino religiões. A minha é amor. Sou nisso imperfeito, extremamente, mas é meu rito de cada dia e meu objetivo. Ahimsa.
Luz e paz a todos. Vivamos apaixonados uns pelos outros e sigamos em frente. Somos diferentes, pois somos únicos, mas formamos como versos, uma única poesia que se chama Vida. Respeitemo-nos.
Luz e paz.

S. Quimas

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sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Virtualidade

Amor-Perfeito


Se eu for encontrado em erro, me corrijam.
Se eu for agressivo, me peçam para reduzir.
Se eu não trouxer Luz, me alertem.
Se eu for superficial, me perdoem.
Se eu trouxer, comunguem comigo.
Se eu não for sincero... Jamais não o serei, mesmo na minha ignorância.
Se... Me basta que sejam... reais,
Ainda que do lado de lá.
Pois, os que não são, não me interessam.
Não amo os mais destacados somente,
Os mais inteligentes e proeminentes,
Amo somente os que amo,
Sejam quais forem.
Muitos deles controversos,
Odiados por outros.
Tenho aqui uma lista de santos demônios,
E de anjos infernais.
A cabeça a prêmio bancada pela sanidade de uns.
Sou o que sou
E nada mais.
Simples assim, nada mais.
Emociono-me com tolices
E me torno sisudo com filosofias.
O que sou? O que és?
Não sei.
Sei de mim.
Nada mais.
E mesmo assim pouco sei.

S. Quimas

Existe uma droga maior que a cura

Nebulosa na constelação do Órion


Existe uma droga maior que a cura, que escraviza e faz a mente delirar em alucinações irreversíveis, que submete e tolda a realidade de maneira fácil. Chama-se, ilusão. E ela se constrói a partir do momento em que nos escravizamos por todas as nossas certezas, quando "fundamentalizamos" nossa consciência, quando não nos libertamos do agora, para vivermos um outro agora, quando nos fechamos, nos trancafiando irremediavelmente em nossos apegos.
Novas estrelas e galáxias estão agora nascendo, mas só nosso futuro as verá.

S. Quimas

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Quero arrebanhar nesse mundo

Flores de jasmim


Quero arrebanhar nesse mundo
Um bando de tubarões
Que regurgitem do mar flores.
Que elas estejam nas praias
Desde a madrugada
E que as receba o primeiro
Que lá estiver.
E que a louca abundância disso
Se perpetue em um dia inteiro
E ninguém saiba por quê.
Que lhes sintam o perfume,
Que se emocionem com sua beleza,
Enfim, que lhes cative,
Que seja por segundos, a alma.
O mundo precisa mais de loucura,
Não a insanidade destrutiva,
Mas a que liberta.
A que liberta de preconceito,
De coisas pré-concebidas,
De falas já a tanto ditas
E que transformaram, e amor nada.
Precisamos de mais abraços e menos porradas,
Precisamos de mais lágrimas,
Mas não daquelas que vêm de sofrimentos,
Mas de nos emocionarmos com flores,
Com bichinhos, com palavras de carinho,
E, principalmente, gestos.
Nossas necessidades são imensas
E jamais serão supridas por “foras”,
Porém por tudo que nos é interiorizado.
A vida segue, eu sigo.
Resta-nos saber
Por que caminhamos.

S. Quimas

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terça-feira, 11 de novembro de 2014

Consciência



Não podemos enfiar pela garganta do outro nossos modos, nossas virtudes, conhecimento, status, e tudo o que somos. Nossa Luz deve ser acolhedora, trazer para nossos braços, afagar.
A porrada existe desde a fundação do mundo, chegou a hora de um movimento em contrário.
Se examinarmos a história da humanidade compreenderemos.
Não é ser gado, subjugado por doutrinas que nos inferiorizam, mas por aquelas que nos alçam a uma categoria superior. O mundo não é para covardes que se escondem nas sombras de outros que os dominam, mas para guerreiros que lutam pela equanimidade, mas sempre escudados pela paz, pelo diálogo, ainda que isso em sua aparência pareça não dê resultado.
Não se combate a dor com maior dor.
Vemos como os ânimos se rendem à manipulação e estamos aqui para alertar, antes que um mal maior cubra a Terra.
Os seres humanos são suscetíveis.
Abram os olhos e meditem a cada instante sobre tudo o que se realiza.
O planeta fenece e inviabiliza a vida. Toda a vida infelizmente.
Pensem na condição especial desse orbe.
Conscientizem.

S. Quimas

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segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Só há uma coisa irreversível na vida

Sri Krishna


Só há uma coisa irreversível na vida: a impotência autoimposta. Limites tem quem se julga tê-los. Não que não os devamos tê-los, faz parte do alijamento à psicopatia. Contudo, nos privarmos de ações éticas é nos omitirmos à vida. Viemos para nos resolver como ser e não para nos consumir em controvérsias ou covardias.
Todos, cada um, parte de um ponto, mas no final trilhamos a mesma estrada, a da eterna dúvida.
Se eu ou você somos mais dotados, estendamos as mãos e não os punhos em riste. Cabe-nos amparar e não recrudescer o abismo através de atitudes radicais, seja de omissão, seja de severidade.
Tolo é o pensamento de se constatar sábio, tolo é o pensamento de se achar limitado. Com esforço o ignorante sobe a montanha, com esforço o sábio a desce.

S. Quimas

domingo, 9 de novembro de 2014

Todos palpitam

Eco e Narciso - John William Waterhouse


Todos palpitam, mas raros refletem; pior ainda, há os que repetem opiniões alheias sem qualquer compreensão maior do seu conteúdo. Formam suas crenças e identidades moldados pela ignorância. Pensar cansa e às vezes se torna enfado. Porém, creio, seja melhor que toda a alegre escuridão das certezas absolutas, ou das nescidades limitadoras. Melhor sofrer pela Luz, do que ser feliz por trevas.

S. Quimas

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sábado, 8 de novembro de 2014

O maior amor que tive



O maior amor que tive
Se mestastaseou em desencontros,
Na célula contaminada,
Não por desavenças,
Mas usurpada pela vida.
Roubou-me fôlego e sangue,
A mim próprio,
Simplesmente me destruindo.
É uma poesia triste,
Fim de um sonho,
De uma expectativa frustrada.
Onde renascer?
Onde caminhar?
Não há pernas,
Mas talvez as asas
Livrem-me do abismo.

S. Quimas

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A glória está na loucura

Eugène Delacroix - A liberdade Guiando o Povo


A glória está na loucura, não na insanidade da inconsciência, mas na loucura que é a ruptura com os valores usuais, mecânicos, estereotipados, herança dos condicionamentos e imposições sociais.
Quando o ser humano diminui o “por fora” e cultiva o “por dentro” passa a viver mais livre, pois não há tanto objeto de apego, de luta por necessidades artificiais, construídas pela indústria do marketing. Melhor o cão que corre atrás do próprio rabo, pois se diverte, do que o homem que corre atrás do “vento” e não chega a lugar algum que console as suas frustrações.
Cada vez a sociedade clama por mudanças, berra, marcha nas ruas, mas saberá que as mudanças repercutem a partir do indivíduo e que mudanças de massa só fazem trocar modelos, que no fundo trarão novas frustrações? São apenas alhos por bugalhos, como diz o ditado.
Não vou me estender mais, não cabe. Só quero acrescentar que em meio à escuridão não podemos nem ver a nós mesmos, porém, ainda assim, ao menos nos podemos sentir vivos. Desesperam-se os que estão cegos para a própria Luz interior, mas não os de espírito superior, os seres conscientes.

S. Quimas

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Delírio

Orquídeas


Meus amigos, meus mais gratos amigos,
Estou aqui para declarar a todos meu desespero,
Minha mais profunda angústia,
Vou pedir que me internem em um manicômio.
Voluntariamente, pois perdi a razão.
Não quero, jamais desejaria tal,
Mas comigo quero que internem
Todos os meus preconceitos,
Minhas atitudes de impaciência,
O terror de meus desrespeitos,
A vilania de minha indiferença,
A covardia da minha falta de atitude.
Quero que comigo se vá
A pobreza dos gestos contidos,
A insânia do amor negado,
A esmola de não me dar por completo.
Quero que as minhas imensas imperfeições
Sejam trancafiadas em camisa-de-força
E eu desapareça no limbo das tarjas pretas.
Não quero visita, pois as drogas me toldarão
E não me reconhecendo, a ninguém hei.
Quero mergulhar no limbo, ir.
Quero sufocar minhas incapacidades,
Extinguir meus limites na ausência.
Não quero ter lembranças, nem presença, nem sonho.
Nem onipotência e nada de absoluto.
Nem poesia, rima, ou prosa.
Texto nenhum.
Quero apenas inconsciência.
Mundo reto, quantas virtudes...
Vou pedir, apenas pedir, nada mais,
Pois a loucura em mim é imensa,
Ainda acredito que seja possível.

S. Quimas

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quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Aprendendo uma lição com a arte

Charles Auguste Corbineau (1835 - 1901) - A Garota com o Pandeiro


A dicotomia na apreciação do todo sucede pela condição de nosso cérebro ser dois. Hemisférios direito e esquerdo sem uma ligação maior entre ambos. Uma complexidade de redes neuroniais imensa. Instrumento fabuloso.
Contudo, não há dois pesos quando se tem consciência, quando a apreciação vem do determinante das duas partes.
Talvez a arte seja disso uma conjunção. A união e não resultado de um fundamentalismo biológico. Nela, razão, intuição e emoção se unem em perfeita harmonia.
Quem sabe a arte nos esteja ensinando algo que seja transcendental?

S. Quimas

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terça-feira, 4 de novembro de 2014

Quando toda a razão fracassa

Sir John Everett Millais - Ofélia


Quando toda a razão fracassa ainda nos resta a esperança dos sentimentos. A quem não os têm, a tranquilidade da morte.
S. Quimas

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Memórias

Ilustração: Norman Rockwell


Não tenho sido a minha vida inteira uma pessoa muito razoável. Fui uma criança excêntrica, que muitas vezes se debruçava sobre livros e preteria as brincadeiras com os amigos. Enfurnava-me em meu quarto e só saia dali para comer e ir ao banheiro. Isso por dias seguidos quando em férias. Outras vezes, até me comportava, sendo uma criança como qualquer outra.
Quando adolescente, minha vida não foi muito diferente, mas gostava de ir aos bailes e suar um pouco a camisa nos fins de semana.
Desde os cinco anos me envolvo com a arte. Ela me foi, entre todas, minha companheira mais fiel. Aos dez comecei a pintar e venho fazendo isso a minha vida toda. Também foi com essa idade que produzi a minha primeira poesia, com direito à rima e métrica. Aos quatorze enveredei pelos contos. São milhares de páginas as que escrevi. Alguma coisa boa, alguma coisa, também, que não gosto, hoje olhando mais criticamente.
Frustrei todas as expectativas de minha família e me tornei artista profissional. Também, trabalhei anos com design.
Não sei. Olhando para trás e vendo por tudo que já passei me reconheço um irreverente, uma espécie de louco, jamais ajustado a qualquer situação. Não tenho estrutura para por muito tempo acomodado. Algo sempre se assanha em mim e eu vivo me despedindo de mim mesmo para ser outro. Possa ser um tipo de esquizofrenia existencial, onde milhões dos que eu fui e os milhões do que sou, emergem a todo instante. Porém, eu não quero cura. Enquanto estou vivo que vivam também através de mim.

S. Quimas

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segunda-feira, 3 de novembro de 2014

A democracia é apenas um estágio rumo à liberdade

Menina vestida de anjo - Foto de Sebastião Salgado


Não embarquemos em ladainhas oportunistas sem a necessária e profunda reflexão sobre as consequências de nossos atos e desejos. A verdade não é o que a mídia declara, mas tudo o que de fato vivemos em nossas vidas diárias.
Garantir o estado de direito e uma democracia robusta e consciente é para o quê devemos lutar.
Falas desencontradas, motivadas por frustrações pessoais, toldadas por interesses individualistas e sem percepção de longo prazo, são apenas grunhidos que exteriorizam a bestialidade de que ainda nos acercamos.
O fundamentalismo tanto de direita, quanto de esquerda, só nos arrastará para uma coisa: servidão.
Antes de apoiarmos a falência da razão, do "cogito", respiremos e contemos até mil. Se não há perfeição em nossas vidas, também não há em torno de nós e em nossas instituições. Contudo, muitas vezes o mal se aprofunda e é mais acutilante quando a percepção se encontra distorcida, quando reina a cegueira do radicalismo.
A democracia é apenas um estágio rumo à liberdade. Lembrem-se: um diamante só se faz joia com lapidação e polimento.

S. Quimas

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domingo, 2 de novembro de 2014

Quem está do outro lado?

A Terra e a Luz vistas do espaço.


A Internet, Rede Internacional de Computadores, tem promovido uma profusão de besteiras, mas tem garantido a liberdade de expressão. Há algumas aberrações, o ser humano é assim, capaz de atos de extrema bondade, outros de extrema loucura.
Nossa raça habita o mundo há muitos milhões de anos e vem se desenvolvendo. Uns mais, outros menos. Não há equidade. Cada um segundo sua capacidade. Havemos de respeitar a diferenças dos espíritos aqui presentes. Cabe aos mais dotados estender a mão aos que possuem insuficiências e, não, massacrá-los, movidos pela soberba.
Os mais dotados são os mais aptos para servir, não a "servidão", escravidão, mas o prazer da solidariedade.
Se queremos avançar como civilização, temos que avançar, independente de filosofias e religiões, no caminho da realidade: o que se aparta se extingue, o que se une persevera e sobrevive.
Assim é. Simples.
Falava no primeiro parágrafo de Internet. Esta virou arena de inflexíveis. Ao invés de espadas, arenas que usam da partilha para a morte moral de pessoas que foram aceitas como amigas. Pessoas a quem jamais tivemos o privilégio do abraço, do beijo amigo. Aceitamos a elas pela crença de que estariam conosco como fossem de nossas intimidades. Muitas provaram ser serpentes. Incorporaram em si a psicopatia, o ódio à sociedade, ao mundo, motivadas por suas muitas e imensas frustrações.
Não remova, não bloqueie quem não concorda com sua opinião, mas remova, bloqueie: os mal educados, os grosseiros, os que tentem enfiar de qualquer modo a sua opinião pela sua garganta, os pedófilos que se disfarçam em amigos de seus filhos, aqueles que não tem uma mínima compostura, pois falar "palavrão" é normal, força de expressão, mas ser vulgar, cúpido, lascivo, é outra coisa.
Não peço religiosismo, clamo por ética nas relações, respeito a si mesmo e ao outro que está além do vídeo de seu computador.
Nada há de costume, este muda, ética. Apenas respeito, pois do outro lado há alguém como todos somos: razão e sentimento, mente e coração, REAL.

S. Quimas

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sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Quero beijar em todas as bocas e dizer

Helen Keller, exemplo para toda a humanidade.


Quero beijar em todas as bocas e dizer:
O que sonhas?
Pois todos os sonhos são assim, devaneios.
Quero abraçar a todos
E não dizer nada, Só abraçar.
Vamos olhar o céu ainda que não enxergamos,
Pois levantemos nossas cabeças.
Há estrume em excesso no mundo,
Nos faz acreditar que fomos derrotados,
Mas não somos... Não, não somos.
Falhamos em muito,
Mas temos as lágrimas de ver algo que nos comove.
Assim somos únicos,
Nunca desacreditemos disto:
Do valor de uma simples... Lágrima...

S. Quimas

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Nada é mais doce do que a face da mulher amada

Bocca Baciata (Boca Beijada) - Dante Gabriel Rossetti


Nada é mais doce do que a face da mulher amada.
Mesmo que seja sonho, e, como sonho, ainda nada.
Nada é mais doce do que seu sorriso,
A expressão do seu olhar,
Ainda que distante, lá bem longe,
Onde os braços e os lábios não alcançam,
Mas que o coração perdido de paixão vai
Para sempre se perder e jamais se encontrar.

S. Quimas

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quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Esse não é um país livre

Brasil!


Esse não é um país livre, pois há ainda aqueles que se manifestam presos aos seus preconceitos, que querem enquadrar aos demais no túmulo de suas ideias retrógradas, pois se aferram às suas conveniências e não admitem a possibilidade de estarem errados, já que transbordam de certezas absolutas, toldadas pelo véu ilibado de sua eternizada rigidez. Cospem no rosto de seus irmãos de pátria com vociferações, tentando enfiar-lhes pela garganta, talvez melhor, pelos olhos e ouvidos, as suas íntimas decepções, dissimuladas em retidão e desejo de bem querer.
Não, o Brasil não é livre!
Contudo, poderá sê-lo. Poderá quando aqui surgir respeito. Não só o respeito às leis, força da coação do Estado pela metralha, mas o respeito ao próximo, que trás a verdadeira liberdade e o conforto do amor fraternal.

"Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós,
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz

Nós nem cremos que escravos outrora
Tenha havido em tão nobre País...
Hoje o rubro lampejo da aurora
Acha irmãos, não tiranos hostis."
(Trecho do Hino da República)

Luz e paz.
S. Quimas

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segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Não quero que alguém me olhe simplesmente

Arte: Alvaro Reja


Não quero que alguém me olhe simplesmente,
Como aqueles olham quê vejam.
Não que me escutem com ouvidos,
Aqueles outros tão contaminados.
Não quero que me provem a carne
Com paladares de banquetes antes consumidos.
Não quero que sejam os toques
De percursos de geografias já caminhadas.
Não que tenha eu pensamentos de exclusividades,
Não, não os tenho,
Mas quero ter a certeza de que naquele exato momento,
Sou único.

S. Quimas

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