quinta-feira, 26 de junho de 2014

Pinto nuvens nas poças de lama



Pinto nuvens nas poças de lama,
Num universo que jamais existiu
E se houve, nele não vivi.
Só a minha poesia o sabe
E da chuva que abraçou a terra,
Criando as poças onde desenho.

São nuvens de diversas formas,
Umas, redemoinhos,
Outras, feito carneirinhos
Que saltam alegres
As cercas sem travessão.
Mas se lhes dei vida
No desenho que fiz,
Também lhes dei imaginação.
E, assim, brincam de faz-de-conta,
Pondo madeiras onde só há vazio.

Hoje eu mesmo já não sou eu,
Sou menino,
Um moleque agachado
Brincando na lama.
Essa criança
Jamais cresceu,
Vive sempre menino
E vai estar ali,
Rindo a mais querer,
Se divertindo
Pintando nuvens nas poças de lama.

S. Quimas

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