quinta-feira, 26 de junho de 2014

Le Mat

Le Mat (O Louco)


A poesia vem, simplesmente vem...
Ela fala em minha mente e mais nada.
Sempre foi assim, desde menino,
Se um menino eu fui como os outros.
A minha história é triste,
Como muitas são,
Mas transformei as dores em poesia.
Do esterco da minha vida
Cultivei flores que se abrem em luz.
Luz e poesia, sempre.
Não há crueldade no destino,
A vida é o que é.
Não que eu me conforme,
Constato.
Lucidez na orgia do sonho.
Quantos estiveram comigo
E nunca de fato se fizeram presentes?
Não porque não os sentisse perto,
Mas porque a mim estavam alheios.
Eu passo por aqui como uma sombra
Que causa arrepios,
Um momento de perplexidade
E já vou tomando caminho,
Pois o que vivo é caminho
E jamais lugar.
Não há pouso para minha alma.
Onde me aconchegar?
Lugar nenhum...
Apenas sigo,
E no ar uma melodia
Que parece Chopin.
Reconheço os acordes,
Sim é.
E sigo, ainda que um cão
Morda-me a bunda.

S. Quimas

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