domingo, 29 de junho de 2014

Infindas são as horas

Arte: Giuseppe Muscio


Infindas são as horas, ao menos na minha mente,
A poesia se estreita em tudo aquilo que deveria,
Mas não sou.
Meus amigos me abandonaram, incomodo.
Incomodo pelo que sou, um insano, um poeta.
— E teu alimento? Alimento-me de versos, respondo.
— Onde dormes? Durmo nos meus sonhos e devaneios.
Aliás, os vivo.
Não há como de mim afastar a minha loucura.
Meu pai toca flauta doce e ouço Debussy.
A sutilidade, o mundo nasce do coração,
Não do músculo estriado, mas do sentimento.
Não me quero preocupado, que me acabe,
Para que perdurar?
O prazer dura segundos, minuto se tanto.
Não sou poeta do pessimismo,
Aqueles que me assim acham não me compreenderam.
Sou a luz, uma única lâmpada mágica
Que se acende nas trevas,
Faço de toda a dor, poesia. Poesia? Da dor?
Não que eu queira que se alimentem
Todos aqueles que me leiam com defuntos,
Mas porque desejo que entendam
Que muitas flores nascem do estrume.

S. Quimas

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