quinta-feira, 12 de junho de 2014

Nada mais tenho a te dizer, amor

O Moinho d'Água - William Turner of Oxford


Nada mais tenho a te dizer, amor,
Que já não tenha dito antes.
Minha poesia tornou-se monótona,
Pois fala repetidamente a mesma coisa.
É como um moinho cuja água
Só faz mover a mó,
Todo dia, hora após hora, sempre.
E na pedra a mesma semente,
A mesma farinha, que fará o mesmo pão,
Que alimentará os mesmos famintos.
Não sei por que insisto em meus versos...
Talvez desespero por tu não os ler.
Ah, amor! Pior que a cegueira tua
É essa tua ausência,
Essa tua indiferença aos meus clamores.
Por isso continuo teimosamente escrevendo-te,
Para que um dia chegue a ti
O pão terno da minha poesia
E com ele, assim, possas saciar
A tua fome de eterno amor.

S. Quimas

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