quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Pensamentos e Reflexões IV

S. Quimas - Sounds of Freedom - Dry pastel


Ninguém é de fato tão obtuso, que, com um pouco de esforço, não possa aprender no texto da vida a linguagem perfeita do Amor.

Com toda a sinceridade, uma vez pensei em orar a Deus e pedir a destruição de toda a humanidade por todas as suas atitudes mesquinhas, seus comportamentos abomináveis. Contudo, refletindo um pouco mais, resolvi me ajoelhar e pedir, simplesmente, perdão por todos nós.

O mais importante não é a crítica, o apontar os erros, mas trazer de fato soluções.

Todos nós desejamos ser aclamados importantes, mas esquecemos que, na economia da vida, é a ação de microscópicas bactérias que torna o solo cultivável e produtivo.


terça-feira, 22 de novembro de 2011

O Retrato de Dorian Gray

Retrato de Dorian Gray (original de 1945)

Não importam os caminhos seguidos, importam os pés que os trilham. Mesmo entre os maiores pecadores existem aqueles que transcenderão e sublimarão seus erros. Como entre os santos muitos há os que decairão, se deixando envolver por suas limitações.
Na vida, o que realmente importa é o momento, pois somos seres em constante mutação.
Julgar um homem pelo momento é imputar-lhe amanhã, uma pena por aquilo que já não é mais, ou seja, é condená-lo pelo crime cometido por um outro.
A existência deve ser observada com amplitude e largueza de espírito, e não com base numa apreciação sumária e apenas por um limitado ângulo.
Quem julga deve antes enfrentar o seu próprio reflexo no espelho e verificar se seu ego não se transforma, tal Dorian Gray, na figura de um monstro, antes de decidir sobre o valor de outro.
A verdade não passa de uma visão. Cuide que não seja apenas uma miragem o que tu vês.

Luz e paz.

S. Quimas


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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Pensamentos e reflexões III

S. Quimas - Salute - Desenho a lápis

Matemática do mexerico: O interesse que alguns seres humanos têm em relação à vida alheia é diretamente proporcional à insignificância das suas próprias vidas.

A maior luta que a humanidade travará nos próximos tempos não será realizada em campos de batalha em solo inimigo, mas no interior de cada ser, e será contra dois adversários milenares: o egoísmo e a ignorância.

Não há maior demonstração do instinto de sobrevivência do que a luta pelo bem comum e o respeito pela Natureza que a todos provém.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

A virtude do silêncio


S. Quimas - Madrigal - Óleo sobre tela

As mais lindas palavras de amor são ditas no silêncio de um olhar.
Leonardo da Vinci

Dentre todas as grandes virtudes, uma delas se destaca, o saber silenciar.
É no silêncio que as preces mais fervorosas clamam pela ajuda Daquele que não precisa de sons para compreender a total extensão de nossas necessidades.
É também no silêncio que o amor se revela puro sentimento, ato da mais profunda comunhão espiritual entre dois seres.
Quando se faz silêncio no pensamento, passamos a captar as vozes que nos cercam e aquelas que habitam no profundo de nossa alma, e somos capazes ao ouvi-las de compor músicas e poemas celestiais, de assimilarmos ideias que transformarão muitas vezes a nós mesmos e muitas outras vezes tudo ao nosso redor e, assim, imersos em silêncio pessoal, podemos enfim perceber a riqueza de todo o universo ao nosso redor e dentro de nós mesmos.
Quem sabe? Talvez cultivando com afinco a virtude do silêncio, possamos mesmo um dia, ouvir a canção que entoam as estrelas no firmamento.

Luz e paz.
S. Quimas


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domingo, 11 de setembro de 2011

Antropocêntrica ignorância

A vaidade é um dos motores da ignorância. A presunção, o combustível. E o resto fica por conta da acomodação na idéia de que tudo evolua a nosso favor.
Não existe maior heresia frente ao Universo que o nosso arraigado antropocentrismo, a visão do macaco que aprendeu a plantar a sua banana e acha que por isso se tornou superior. Esqueceu de toda a forma, que ainda é macaco e que ainda come banana.

E segundo meu amigo Don Ramon: "E que ser macaco e banana de nenhuma maneira separa o macaco e a banana da composição do mundo."



Luz e paz.
S. Quimas


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sábado, 10 de setembro de 2011

Alguns outros pensamentos e reflexões

S. Quimas - Arrebentação - Óleo sobre tela

A real liberdade se conquista através de gestos e atitudes em prol de todos. Sem cooperação voltada ao bem comum toda a liberdade é falsa.

Não há consistência nas palavras daqueles que afirmam que a paz seja algo utópico, impossível. O único impedimento a que ela se consolide esta na falta de fé e indiferença daqueles que não lutam por ela, e não na aparente força daqueles que à ela se opõe.
Um dos piores vícios que um ser humano pode adquirir é o do desinteresse e indiferença ao bem estar dos outros.
O egoísmo é a droga que mais mal causa em todo o mundo.

A velhice é bastante limitadora, mas uma juventude sem proveito real é ainda mais.

Le Mat (The Fool)

Ainda prefiro ser um ignorante filosofando, buscando o conhecimento, do que achar que assistindo novela na TV vou aprender alguma coisa sobre a vida.
Até os jornais mentem, ou ao menos omitem, já que a câmera quando filma não o faz em 360°.
A idéia de que algo que se publica, ou que é televisionado é a "verdade", vem da ilusão que se processa em quem acredita e a fé jamais foi conhecimento.
A TV e os jornais são as novas religiões do mundo. A eles se dá crédito e há quem arrogantemente defenda-os com todas as forças de sua argumentação.
Se perguntassem a mim a quem crer, eu diria: em tu mesmo, afinal melhor mentir para si com argumentos próprios do que ser engolido pelas idéias alheias e se afogar na escuridão da aceitação pura e simplesmente.
Não há pior flagelo que passar pela vida carregando a sabedoria alheia e esquecendo-se de desenvolver a própria.
Mas, isso tudo que eu afirmei não tem a menor importância. Afinal, a gente não veio aqui só para se empanturrar de comida e bebida e acumular valores em nosso caixa? Esse negócio de filosofar é coisa para quem não tem mais o que fazer.
Nesse ponto, não tenho mesmo melhor o que fazer. Afinal sou tão limitado em minha existência, que apenas sigo como o caminhante da carta XXII do Tarot, deslumbrado com o imponderável e sustentando a mordida de um cão no meu traseiro.

Luz e paz.

S. Quimas

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O pão nosso de cada dia

Diógenes


O que limita verdadeiramente o homem não é a imperfeição que carrega dentro de si, mas aquela que dissemina ao seu redor, não contribuindo um mínimo para que esse se torne um mundo um pouco melhor.
Muitos estão sempre arrumando subterfúgios para não participarem com um pouco que seja para tornar a vida nessa civilização delinquente minimante confortável a todos.
Não compreendem que está nos pequenos gestos a solução desse grande problema que é o convívio pacífico entre todos.
Meras atitudes que têm valor incalculável na conta final de cada dia vivido.

Luz e paz.
S. Quimas

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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Pensamentos e reflexões


Salute - Desenho a lápis por S. Quimas


Não há cultura mais "satânica" que a da indiferença ao sofrimento alheio.


A pior de todas as mutilações é aquela que causamos aos nossos filhos impedindo-os de seguir a vida para qual seus dons foram talhados.
Impingir a crença de que os homens mais bem sucedidos, sejam aqueles que desfrutam de abastança material é olvidar que os grandes e reais benfeitores da humanidade eram pessoas simples e que os maiores tiranos, genocidas e destrutivos viveram de modo nababesco.


Ausência aparente de erros e atitudes beatas, exageradamente polidas, não definem um homem do bem, mas quase certamente a maioria dos psicopatas.

sábado, 13 de agosto de 2011

Mudanças no blog

Aos meus seguidores, amigos e visitantes:

Hoje fiz algumas mudanças em meu blog e retirei algumas postagens que havia feito anteriormente, visando dar coerência ao que estou me propondo aqui.
Apesar de serem textos de minha autoria, resolvi deixar somente no conteúdo do site do Movimento Mundial Armas da Paz os textos que escrevi de conteúdo pacifista.
Aqueles que se interessarem na leitura desses textos, deverão se dirigir ao site do Movimento e procurarem a seção Textos para Navegação. Os mesmos textos também possui versão no formato PDF para download na seção Textos disponíveis em PDF.
Espero com isso, não somente organizar melhor o material que tenho disponibilizado, como também contribuir com a divulgação do Movimento Mundial Armas da Paz.
Artigos meus sobre educação e pedagogia podem ser lidos no blog Prá Gostar de Ler.

Um abraço a todos.

Luz e paz.

S. Quimas



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terça-feira, 9 de agosto de 2011

O Homem é o Lobo do Homem

Luta entre lobos por Nikkiburr

O povo que vota nessa alcateia de bandidos travestidos em benfeitores da população, sempre vem demonstrando a ingenuidade de acreditar que qualquer poder público vá dar solução às necessidades do povo.
Somente uma administração cooperativa entre os cidadãos poderá revolucionar o modo de vida que se repete há milênios nesse mundinho de cercas e muralhas imaginárias feitas com traços em mapas e mantidas a fuzis.
A classe política não é senão defensora de interesses próprios, ou de facções que teimam em não libertar o ser humano dessa escravidão ignóbil a que a humanidade se submete desde as mais remotas origens.
Casos como o da Região Serrana Fluminense só avalizam a análise que estabeleci aqui. O Estado e seus representantes jamais farão espontaneamente algo que de fato contribua com a sociedade e que venha a prejudicá-los em suas mesquinhas ambições.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Pensamentos por S. Quimas

S. Quimas - Menino índio - óleo sobre tela

Não são nossas limitações q nos tornam menores, mas a nossa negligência em realizarmos ao menos o mínimo em prol da humanidade.

Não importa a língua que falemos, uma é comum a todas as pessoas: a solidariedade.

A paz se constrói através dos pequenos gestos, a cada instante e na busca constante da autorrevolução.

Não se deveria pedir seguidores pela paz, isso já deveria estar incorporado na alma humana, e a busca do bem ser como respirar.

Quando a lepra usa maquiagem

"São tal qual túmulos. Bem caiados por fora, mas que só guardam podridão por dentro." Yeshuah Ben David

Eu não faço apologia aos vícios e aos maus e exagerados hábitos, mas está ficando um "saco" viver nesse mundinho politicamente correto, isso está! Essa pré-formatação psicológica, esse arremedo de postura correta é mais uma das psicoses implantadas pela mídia na mente vazia de quem realmente não tem vocação ética, ou ideais verdadeiros norteando a sua vida. Posso estar errado, mas o mundo nunca viveu fase de tamanha hipocrisia.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Novas esperanças

Para ele, o ano que passou fora extremamente difícil. Acumulara dívidas, rompera com um relacionamento que teimara em arrastar por anos, perdera amigos devido a acidentes e doenças, enfim, cruzara aqueles dias tortuosos vitimado por todo tipo de vicissitudes.

Passada a ressaca do réveillon, retomou suas atividades e esperançoso por uma mudança em seu destino, levantou-se de sua cama e abrindo um dos sabonetes da caixa que ganhara de presente no Natal, único presente recebido, banhou-se demoradamente. Vestiu sua melhor roupa e dirigiu-se à padaria em frente ao edifício que morava para degustar um bem servido café-da-manhã.
Pediu café-com-leite, croissant, bolo, tudo o que tinha de direito. Comeu tudo pausadamente, regalando-se com um sorriso estampado no rosto. Antes de terminar o pãozinho, ouve um barulho seco em sua cabeça e sente uma dor lancinante. Cospe para fora da boca um naco de pão e com ele, um pedaço de molar e um parafuso. Então, desce-lhe uma lágrima pela face, a primeira do ano.

Erótico Country

Sempre foi um moleque levado, desses que nem o capeta segura. Rodava pela fazenda só realizando trapalhadas. Espalhava as vacas, corria com os cavalos e estes acabavam por atropelar a lavoura e destruir canteiros e mais canteiros de plantação. Tomou muita surra, mas nenhuma emenda.
Um dia descobriu o sexo no galinheiro. Uma a uma das galinhas levou para o coito e como era de se esperar, para a morte. Nascera bem dotado e não havia cloaca que lhe resistisse à penetração.

Não tenho saudade de tempo algum

Flores de cerejeira


Não tenho saudade de tempo algum.
Nem do passado, da infância vivida,
ou do agora que turva a lembrança,
que, vil, foge ardilosa e combalida,
não deixando rastros da triste criança,
que nunca coube em mundo nenhum.

 Quisera sentir em meu peito a agonia
 de uma ausência por tola que fosse,
recordar-me que houvesse assim um dia
ter provado de um ansiado beijo o doce.

Mas nesse mundo vão e controverso,
restou-me somente o infeliz mal  fado
de compor o não vivido em todo o verso

Luíza

Arte: Reclamation - Brad Kunkle


Eu já não tenho medo, Luiza!
Já não me cubro de ouros
e de pieguices, que só os tempos,
e só as auroras de muitos dias vividos,
teimam em testemunhar.

Já não sou teu poeta preferido,
se algum dia já o fui.
Sou esta pálida lembrança
entre o gozo pressentido
e o o orgasmo não realizado,
nestes dias teus de agora.

Veja bem, Luiza,
que não se acabem estas horas,
que tua existência é apenas
uma lembrança,
pois que posso te olvidar.
E, entre o sonho e a ternura
que por ti alimento,
possa não restar senão
esta poesia infame,
que não é senão
a saudade da pureza que sinto
de todo o sentimento
que nutri
na vã esperança de ter encontrado, enfim,
o derradeiro amor,
que jamais nutri, ressabiado,
por ti e por todo alguém,
por tua e lembrança alguma.

Luiza, ainda tenho
teu cheiro em meu nariz.
Melhor declaração de amor?!

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Zé Bicudo

Há aqueles que se entregam prontamente às ideias, sem nenhum questionamento. Basta-lhes muitas vezes, apenas novidades, um encantamento qualquer. Outros, céticos, duvidam mesmo da razão, cegam-se aos fatos, vivendo em um mundo de bases voláteis, onde nada se sustenta por mais que um ínfimo lapso de tempo.
Entre uns e outros existem os sábios e os idiotas, e Zé Bicudo.
Basta de divagações. Sigamos.

O pinguço e a missa

Os Perigos de ser um Bêbado - Adam Metzner

Entrou na igreja bêbado feito gambá cevado. Sentou-se num dos bancos à esquerda, numa das últimas filas.
Rapidamente chamou a atenção dos presentes devido ao cheiro de cachaça que exalava, inundando o ambiente.
Por alguns momentos, todos se voltaram para o visitante indesejável, porém, com um pigarreio, o padre reconduziu a assistência à rotina da missa.
A missa seguia e o bêbado não aguentando mais os efeitos do porre, pegou no sono.
 Depois de alguns minutos passou a roncar escandalosamente, causando verdadeira comoção entre os presentes.
Os cochichos foram inevitáveis, e a atenção à pregação se dissipou mais uma vez. Notando o fato e aborrecido com o homem embriagado, o sacerdote pediu licença aos fieis e, descendo do púlpito, dirigiu-se ao banco onde dormia o causador de tantos problemas.
— Hei! Hei! — Chamou o padre, sacudindo o bêbado por um dos ombros, sob o olhar curioso de todos ali. — Acorde!
O gesto logrou inútil, o homem estava totalmente inconsciente devido à embriaguez.
Assim, o padre resolveu chamar dois homens da assistência para ajudá-lo a remover o embriagado.
Levaram-no para a sacristia e colocaram-no deitando em um sofá.
Fazendo o sinal da cruz diversas vezes e olhando para o alto na busca de conforto, o padre se retirou com seus ajudantes, voltando ao púlpito, fazendo prosseguir o ritual religioso.
Por volta de uns trinta minutos após, para estupefação geral, eis que o ébrio, vindo da sacristia, dirige-se ao vigário e diz com voz ainda visivelmente embriagada:
— Sua Santidade! Psiu!
O padre paralisado ouve o homem.
— O vinho eu encontrei. É muito bom. Mas onde o senhor guarda o patê para passar nas bolachinhas que estão no armário?
O sacerdote desmaiou.

S. Quimas 

quarta-feira, 13 de abril de 2011

A Quem Interessa a Guerra

Over the Top, Neuville-Vitasse por Alfred Bastien


Desde tempos obscuros, no início dos primeiros grupamentos humanos, movidos pelas mais variadas necessidades, o ser humano vem combatendo a sua própria espécie. Na escassez de alimentos, muitas tribos ou bandos invadiam os territórios alheios e numa carnificina desenfreada, tomavam para si o que a outros pertencia. Outro motivo que induzia a este comportamento era a territorialidade e a xenofobia, que levavam à destruição do semelhante em prol da conservação do território, tido como posse, ou o medo de ser invadido e dominado por quem vinha de além.
No centro da questão, sempre a posse, a propriedade, a circunscrição do limite de uso pelo outro de algo que era tido como seu. Herdamos isto do nosso estado animal e até os dias atuais não superamos esta visão insular da propriedade e resistimos em compartilhar os frutos da vida generalizadamente.