quarta-feira, 11 de junho de 2014

Eu não sou como os outros, meu amor

Escultura de Forest Rogers


Eu não sou como os outros, meu amor.
Aqueles que vieram a ti e fizeram vãs promessas.
Dias de luz e glória, não sou.
Sou aquele dos poemas, nem sempre perfeitos,
Mas que te traziam algum sentimento.
Não que queria te impressionar com minha poesia,
Com luxúria, amor, extasia,
Ilusões, exaltação, enfim...
Queria apenas uma vida simples,
Ler Pessoa e nos embriagarmos
Com seus versos.
Cecília, Quintana, Bandeira, Hugo e seus sonetos...
Queria que tu repousasses sobre meu ombro
E pudéssemos dormir uma noite sossegada.
Em alguns momentos, seduzido, como sou por ti,
Fazer teu corpo gritar de prazer...
Sabe? Sabe o que eu veramente queria?
Que tu fosses agora presença,
Não a distância imensa,
Esta toda que consome minha alma.
O que desejo não importa,
Tu fechas-te a porta
Do todo possível,
E fico aqui, escrevendo-te versos.
Do nada faço tudo,
E do impossível faço
Eterno amor.

S. Quimas

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