quinta-feira, 19 de junho de 2014

O pranto e a dor se fazem meu triste canto

A Tristeza de Orfeu - Pascal Adolphe Jean Dagnan-Bouveret


O pranto e a dor se fazem meu triste canto,
Nas linhas que ao mundo desleal escrevo,
Pois minh’alma é só horrendo desespero,
Tortura que não passa, sinistro lamento.
Já ser feliz e ter a paz eu não me atrevo,
Que a vida se consuma é o que espero.

O mundo tem belezas, mas a elas estou cego,
O meu sofrer é maior do que a visão.
E, assim, apenas deixo a vida passar
E a coisa nenhuma mais eu me apego,
Senão à minha agonia e à desilusão
Até que a vida vá afinal me matar.

S. Quimas

Nenhum comentário: