quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Eu não sou nada



Eu não sou nada,
Nada absolutamente de nada,
Poeta de nada,
Filósofo de nada,
Pois nada sei e de tudo duvido.
Sou absurdo,
Decrépito, ignoto.
Verso pesado demais,
Depressivo, não arranco sorrisos.
Não sou paliativo a dor de ninguém,
Pelo contrário.
Sou inferno, luz nenhuma,
Sou fio de uma navalha
Que corta a carne.
Falo de dores, por vezes de amores.
Sou doce amargo e todo sentimento,
Sou poeta e em mim todo argumento é arte.
Beleza flor, da dúvida também,
De tudo que existe
E de tudo aquilo que me é sonho.
Sou assim, também um demônio.
Brinco com palavras
E jogo versos em uma página.
Lê-os os que se atrevem
E não têm medo de contaminação.
Os que têm estômago que suporte,
Sou vida, sou morte,
Sou inspiração.
Sou poeta,
E , como, sem razão.
Não há triunfo, ou glória,
Porque sempre me vence a poesia.

S. Quimas

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