S. Quimas - Arrebentação - Óleo sobre tela |
A real liberdade se conquista através de gestos e atitudes em prol de todos. Sem cooperação voltada ao bem comum toda a liberdade é falsa.
Não há consistência nas palavras daqueles que afirmam que a paz seja algo utópico, impossível. O único impedimento a que ela se consolide esta na falta de fé e indiferença daqueles que não lutam por ela, e não na aparente força daqueles que à ela se opõe.
Um dos piores vícios que um ser humano pode adquirir é o do desinteresse e indiferença ao bem estar dos outros.
O egoísmo é a droga que mais mal causa em todo o mundo.
A velhice é bastante limitadora, mas uma juventude sem proveito real é ainda mais.
A minha oração de todas as horas é essa: que o mal que causo seja em relação ao bem que produzo, como um grão de areia frente à vastidão do Universo.
Não é que podendo ser questionada (como o é por muitos) a existência de Deus e do espírito, que deva o homem se afastar da possibilidade do exercício do bem em sua vida.
Que o seu deus seja o amor e a sua religião, perdoar e servir aos homens e à Natureza.
Isso não lhe isentará de falhas, mas poderá minimizar, na existência, os efeitos do mal que possa praticar.
Que tua mente tarde em condenar ao outro por suas atitudes e rápida em desejar reparar teus erros.
Existe um estereótipo fantasioso que é quase um estigma em relação às pessoas que se destacaram no mundo como benfeitores da humanidade: que foram isentas de erros e que todas as suas ações foram vitoriosas.
Isso, não só é falso, mas é um mito que lhes desabona a presença humana.
Não há quem não erre, mas há aqueles, que apesar de seus erros e muitas imperfeições, mesmo assim são capazes de contribuir para que o mundo seja um lugar mais próximo do ideal e menos fronteiro do Inferno.
Você pede a um cão que lhe dê a pata da direita e ele lhe estende a pata pedida. Pede a da esquerda e ele também estende essa outra.
Você pede a um ser humano que contribua para ajudar o seu semelhante e ele lhe dá as costas.
Não é toda, mas grande parte da humanidade só se sensibiliza com suas próprias necessidades.
Perdoar não é esquecer a ofensa, é não permitir que esta se sobreponha à capacidade de reconciliação.
Todos erramos, mas, um pouco mais exageradamente, quando não somos capazes do perdão.
E perdoar é não desejar mal algum ao ofensor, apesar do mal causado.
Não se baseia no ignorar, mas no compreender profundamente que as raízes essenciais de todo o mal são o egoísmo e a ignorância.
Eu não posso dizer com clareza e razão se o mundo vai acabar, mas posso afirmar que está por um fio o respeito mútuo, a solidariedade, a tolerância, o amor fraternal, a capacidade de perdoar, a afetividade desinteressada e todas as virtudes que transformam uma massa de átomos em seres humanos reais.
Não há sentido na liberdade sem ação em prol do bem comum. Ser realmente livre é enxergar além das limitações do próprio egoísmo.
O amor é o sentimento mais paradoxal entre todos. Quanto mais vulgarizado por todas as pessoas, mais raro se torna de encontrar.
Luz e paz.
S. Quimas
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