Nem do passado, da infância vivida,
ou do agora que turva a lembrança,
que, vil, foge ardilosa e combalida,
não deixando rastros da triste criança,
que nunca coube em mundo nenhum.
Quisera sentir em meu peito a agonia
de uma ausência por tola que fosse,
recordar-me que houvesse assim um dia
ter provado de um ansiado beijo o doce.
Mas nesse mundo vão e controverso,
restou-me somente o infeliz mal fado
de compor o não vivido em todo o verso
e de não satisfazer a sede de ser amado.
S. Quimas
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