sábado, 16 de maio de 2015

Não tenho mais destino

Salvado Dali - Busto Invisível de Voltaire


Não tenho mais destino
Que não seja caminhar.
Quem caminha comigo
Que venha como eu:
Despido e sem bússola,
Sem norte e rumo,
Que venha,
Porque venha apenas,
Pelo prazer de percorrer paisagens.
Aqui e ali,
Sonhos.
Nada mais.
Ah, agora! Ah, além.
Dia que passa,
Noite que vem.
Apenas caminhante,
Dobro nas estrada,
As margens são meu leito.
Pouso sobre mim apenas.
O que é?
Não sei.
O que será?
Não sei.
O que sei que amanhã
De novo estarei a caminhar.
Um pouco nessa estrada,
De repente em outra.
Minha bússola gira,
Não tenho norte,
Com sorte
Ainda de vida
Viverei.

S. Quimas

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