sexta-feira, 8 de maio de 2015

Acusaram-me de plágio



Acusaram-me de plágio.
Quimeras, sou um completo imbecil.
Plagiar a quem?
Digo em versos
A surdina de meu acatamento,
Nem ouso tanto.
Poesia para mim é espanto,
Fantasma que me assombra,
Nada mais que isso.
Algo que me vem
E por completo me toma.
Navalha-me e escarna
Sem o menor perdão.
Diz a mim de canção,
Melodias confusas,
Notas excêntricas,
Dissonantes,
Tortura-me.
Acorda-me na madrugada.
Faz de mim servo.
Cala-te poesia,
Já não te aguento,
Vai de todo embora,
Meu mais vil tormento.
Vai... Mas vai mesmo.
Não voltes tão cedo.
Só voltes num arremedo,
Quando minha paixão por ti arrefecer,
Quando o poeta lançar-se à sorte,
Não temer a morte e a paixão.
A viola e uma canção.
Poeta de nada,
Mas jamais a lama mascarada
Em seu desterro.
Lá fora fica o medo...
Aqui fica todo o sonho.

S. Quimas

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