quinta-feira, 23 de abril de 2015

Não, não sou






























Não, não sou,
Anjo que tem asas,
Mas caminhante da estrada.
Arremedo de poeta,
Ser de visões tantas,
Mas não profeta,
Mais para caboclo
Que tira do rio areia.
Não discípulo
Num quadro de Santa Ceia.
Ridículo em rimas,
Perdoe-me as estrofes,
Pretensão não tenho a ser
Nada que comigo
Não tenha a ver.
Português, minha língua,
É uma descomposição,
Não há nada em mim
Que seja lógica,
Menos ainda razão.
Sou apenas o que sou,
Um revirar de vermes.
Que a luz seja amena
E simplesmente me deixe sobreviver.
Quem sabe um dia
Louve a todos vós?
De poema que soe belo,
Algo que valha.
Por agora, cresto na fornalha
De todo o meu ser.
Já não basta?
Ser que se debate na vida,
Chagas, feridas,
E assim segue e nada mais....
Inspiração, e nenhuma razão.
Canção? A pior de todas.
Risos e masmorras.
A vós, poesia.


S. Quimas

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