segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Não busco mais a esperança

Sir John Everett Millais - Ofélia


Não busco mais a esperança,
Pois ela a mim não passa de um fardo inútil
Que carregava em minha alma perdida.
Do que adianta alimentar ilusões,
Se o fado de minha vida é não te ter jamais?
Toda essa angústia que tortura o meu ser,
Todo o vazio da tua ausência,
Tudo isso só me furta a paz
E me põe em constante pranto.
Só o que faz a tua lembrança
É me torturar e me desesperar,
É tornar minha poesia triste,
Um canto lamentoso
Que não encontra ouvidos, nem eco,
Pois só eu sei o que sinto,
Só eu sei medir a queda no abismo
Que é te ter distante de mim.
Fico então assim, derramando em meus versos
As lágrimas que já não choram mais meus olhos.
Esses secaram por hora,
Não há mais luz em seu brilho,
Pois brilho neles não há mais,
Só a escuridão do meu espírito,
Que por tanto te amar
Desgraçou-se pela Eternidade.
Que venha me abraçar a morte,
Que ela venha célere,
Que me retire desse mundo
Que de todo perdeu o encanto.
Não quero mais sofrer aqui tanto,
Quero consumir-me em infinito sono,
Apagar de mim toda a lembrança
E diluir o imenso desejo de ti
No limbo do esquecimento.

S. Quimas

2 comentários:

Unknown disse...

Nossa que poesia linda... mas triste a dor nos deixa poéticos

S. Quimas disse...

Obrigado por sua visita e comentário, Amanda Magalhães. Luz e paz.