terça-feira, 15 de julho de 2014

Eu não sou mais nada



Eu não sou mais nada
E ainda assim sou tudo,
Pois o poeta incorpora
Até a não existência.
O poeta é vão, pérfido,
Aliciante, alucinante
Como uma droga.
Seus versos são calabouços,
Prisões sem nós,
É tudo o que a alma sente,
O todo e o nada,
A busca e o encontro,
Confronto...
Beco, estrada.
O poeta é apenas
O imponderável,
Tudo o que nos resta
De mais imensurável,
Um sem-limites.
Um encantador de palavras,
Pura irreverência.
Brinca com a dor
E chora a alegria.
O poeta é tudo,
O que, real, se sente
E até mesmo aquilo
Que se gostaria.


S. Quimas

Nenhum comentário: