quinta-feira, 24 de maio de 2007

O obstinado ato de escrever

Muitos são os autores e raros os grandes escritores: Hugo, Tolstoi, Flaubert, Rosa e alguns outros. Contudo, mesmo entre os medíocres, os descompromissados e os gênios, algo existe que é fundamental a quem escreve: gostar de escrever.
Descrever através das palavras pensamentos, sensações, sentimentos, experiências, enfim, a vida e todas as suas extensões, é algo que gera a quem tem afinidade com a escrita, um prazer incomensurável. É uma arte.
Sou daqueles que escreve quase todos os dias e este ato tem sido uma constante em minha vida, ao menos desde a pré-adolescência. Portanto, não poderia de deixar de incentivar a que outros também o façam e creio que se instigássemos adequadamente às crianças, criando programas de incitação à leitura e escrita, que realmente cumprissem com seu papel de estimuladores, não só facilitaríamos o desenvolvimento intelectual das crianças, como, também, indiretamente, consolidaríamos o respeito pelo autor e pelas obras produzidas.
Em um país de boçais as estantes ficam repletas de objetos de decoração e vazias de livros. Não se pode esperar muito desse povo, ainda mais quando estamos convergindo de uma sociedade mecanicista para uma outra com base na informação e na sua aplicação criativa.
Há muitos anos atrás, quem não estudava, ia, por não ter formação, trabalhar na lavoura, em serviços pesados, no ambiente doméstico, ou outra atividade braçal em que a ausência de conhecimento não causasse repercussões negativas, comprometendo a produtividade.
Atualmente, já não se passa tanto o mesmo, principalmente com a agregação dos processos informáticos ao ambiente de trabalho: mesmo as máquinas mais pesadas, como por exemplo as escavadeiras de extração de minérios, gigantescas por sinal, são operadas e monitoradas com base em recursos computacionais. Não há mais espaço nessa indústria para pessoas sem entendimento.
Do campo nem se fala. Quase nada mais se produz que seja viavelmente econômico sem o suporte de vasta gama de conhecimentos agrícolas. E isto, tanto nas atividades de plantio, quanto na pecuária. A lavoura produz mais e com menor custo, quanto o gado engorda da mesma forma, tutelado por diretrizes que tem por base o maior conjunto de informações acessíveis a quem lida com o campo.
Não basta a Reforma Agrária, há de se promover concomitantemente a "formação agrária", viabilizando ao homem firmar-se no campo e dar continuidade à sua atividade livre das derrotas econômicas e do baixo desempenho.
A solução se fundamenta na escrita, pois é através dos conteúdos dos textos que se adquiri conhecimento. A palavra ilumina esclarecendo. Serve tanto a quem gera, quanto a quem absorve saber.
Sendo a escrita, fundamental, deveria ser tratada com mais relevância e cuidado por parte de educadores, instituições e órgãos ligados ao ensino.
Sem a escrita nos reduzimos a meros trogloditas pré-históricos. Estimulemos as nossas crianças antes que sejam tragadas por um sombrio túnel do tempo.

Copyleft©2007 S. Quimas. Brasil.





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