quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Sou um bastardo do mundo

Bob Marley - Por S. Quimas


Sou um bastardo do mundo,
Criatura cuja quintessência,
É ser como um ovo estrelado.
Meus dizeres são somente controvérsias,
Algo que não se declara em conversas.
Sabia eu maduro, mas fruto apodrecido,
Pois que renunciei ao mundo
E a todas as suas ilusões.
Não me agradam os fatos,
Esses ditos nas notícias.
São sempre eles tudo os que todos querem ouvir,
Mas, de fato, não o “tudo”
De todo o existir.
Como poeta, “poesio”.
Numa poética sem fim.
Não sou sério,
Possa sê-lo... ou não.
Caminho de dores,
Amores, canções.
Como poeta sofro, vivo.
Se é que existência é viver.
Que é viver?
Aqui? Renúncia.
Deixar-se esvair.
Quem conhece o Céu
Não se entrega à glória do mundo.
Vive apenas tateando.
Palmo a palmo
As dúvidas das horas,
Dos momentos infindos
Das contumazes incertezas.
Não busca,
Pois seu maior encontro
É consigo mesmo.
Ah! O que vejo?
Quem saberá?
Eu, ou outro eu.
O que sou...
Nenhum?
Porém, tudo o que me resta.
Rompo a aurora.
O sol tarda.
No rosto do céu
Só nuvens.
O que me consola são lembranças.
Estas de um tempo impossível,
Um tempo nenhum,
Aquele que não vivi.
Contudo, que vivo.
Não sei. Talvez precinta.
Eu e a poesia. Vida e morte.
Algo imensamente assim.
Passado, presente, futuro...
Apenas vida:
Ontem, hoje, amanhã...
Um sem fim.
Eu aqui pego a caneta
E apenas faço versos.

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