Hiroshima - 1945 |
(Uma homenagem a todas as crianças vítimas das bombas nucleares
lançadas em agosto de 1945 sobre o Japão.)
Hoje estou quase sem voz,
Pois não há quase nada a ser dito,
Quase nada a ser pensado,
Só há um choro mudo
Que escorre feito lama
Pela alma cheia de dor.
Lá fora o que brilha
É outro sol
E seus raios varrem a vida
Para debaixo do tapete da crueldade.
Uma voz de trovão
Berra no espaço,
Depois tudo cessa
E pela rua onde vaga o meu espírito,
Apenas a figura da criança que brinca,
Estampada pela fúria da morte atômica
Numa parede qualquer.
S. Quimas
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