Deserto de Gobi |
Estou tão estéril de inspiração,
Que bebo aos goles desertos
De tudo que seja plano, sem sentimento,
Despido de lágrimas ou sorrisos,
Que não me toque e não faça bater
Um pouco mais o meu coração.
O que digo é tão sem mim,
Que o que disse antes
Avaliam-me estar por completo drogado.
Minhas palavras tão vazias
E assim por tão sê-las,
Já não escancaram poesia alguma.
São assim taciturnas e lamurientas
Em toda a fragilidade de suas significações.
Todos meus versos são mal ditos,
Vísceras que apodrecem
Espalhadas no caminho do Inferno
E que nem os abutres
Ousam, por sábios, tocar.
Nada destrói mais do que o apetite
Cismado pela obsessão de escrever,
De traçar letras e compulsivamente
A tê-las em palavras
Que formam frases
E traduzem pensamentos e intenções.
Enquanto me consome o mundo,
O consumo eu, esse intragável alimento,
Sabor sempre o mesmo,
De variedade das mesmas coisas.
Uma hora minha voz se cala...
Em outra? Poesia.
S. Quimas
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