quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Nada

Ordem para o Caos - Ursula K. Lampron


Mais tarde,
Agora não.
Agora não quero dizer nada,
Absolutamente nada.
Quero só silêncio,
Nem a brisa quero.
Nada que me mova,
Nada que me retenha.
Nem partir,
Nem permanecer.
Não quero perdão,
Não quero amor,
Não quero nada,
Não desejo nada,
Nada somente isso
E mais nada.

Há quem busque.
Eu já estou encontrado.
Estou em minhas incoerências,
Nos meus deslizes,
No ufanismo de minhas posturas,
Na glória da minha ignorância.
Basta-me a mim mesmo,
Não preciso trazer a frustração
E a desgraça de outros tantos.
Bastam meus pecados,
Não preciso trazer outros de outros édens.

Agora não quero nada:
Não quero alegria,
Não quero tristeza,
Não quero sentir.
Não quero pensar nada.
Só quero a mim mesmo
E mais ninguém,
Pois estou nada,
Sou nada,
Nada
E tudo isso.


S. Quimas

Nenhum comentário: