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Mafalda por Quino |
Uma amiga fez para mim um comentário em que ela reclamava —
e cheia de razão — de que alguns de seus contatos (pois “amigos” são raros) nas redes sociais se comportam de modo muito
estranho: são, até mesmo, pessoas de postura aparentemente correta, mas que
quando arguidas sobre algo, disfarçam e “saem
pela tangente”, dizendo não querer se expor.
Tudo bem, é direito de todos não se expor. Mas fato
interessante, muita gente é “fake”,
usando não do próprio nome, mas inventado um personagem com o qual interage com
as outras pessoas, como se pessoa real o fosse. Interessante quando se quer
produzir um efeito cômico, o que chamamos no Brasil: fazer uma gozação. Contudo, qual é o medo de ser real, de ser uma pessoa de fato e se expor?
Não dou a “expor”
a conotação de partilhar em qualquer rede social coisas pessoais ou íntimas,
digo expor no sentido de ser real e ativo, de ser coerente com a própria
opinião e se manifestar como se manifestaria “alive” e não usando de dissimulação e concessão apenas para ser
agradável, politicamente correto.
Eu sou um péssimo exemplo de amigo virtual: quando tenho que
falar eu falo, digo palavrão quando acho que tenho que dizer, discordo quando “não
concordo”, uso meu nome real, amo, odeio, se tiver que criticar, critico,
elogio sempre que me agrada algo; enfim, uso da maior sinceridade possível, mas
evito a arrogância, pois como sempre afirmei, quem está do outro lado da tela é
real e não uma máquina.
As redes sociais
objetivam a interação. Seguir alguém
por qualquer motivo que seja e não interagir é infringir a primeira regra:
interação. Interagir, segundo o Houaiss, é: “ter
comunicação, diálogo (com outrem) em dada situação (familiar, profissional,
etc.); comunicar-se, relacionar-se”.
Para mim, muitas vezes a timeline
das redes sociais parece “sessão de
descarrego”, um amontoado de gritos e clamores de pessoas solitárias
tentando chamar a atenção. Não são todos, mas a maioria carrega uma ânsia de
ser percebido, notado, extrema. Postam qualquer porcaria, apenas para ser
notados. Porém, falar de conteúdo relevante fica para outro texto...
Luz e paz.
S. Quimas
Veja também:
- Blog Pra Gostar de Ler - Educação Criativa
- Blog do Movimento Mundial Armas da Paz
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