segunda-feira, 28 de julho de 2014

Biografia

Estopa - S. Quimas


Tem sido assim em toda a minha vida,
Razão e sonho transbordando em palavras.
Poesia, poesia, poesia... Que fazer?
Versos e muitos outros.
Não há senão isso. Versos.
O que é ser poeta,
Senão entregar-se ao delírio?
Tenho sido arrimo
Do Céu e do Inferno de minha alma.
Não sei o quanto mais de um
Do que do outro,
Só sei que meus dias escoam
E cada vez faz menos sentido
Toda a história que ouvi
Desde a minha infância
Sobre Paraíso ou Condenação.
Já os tive aqui o suficiente.
Quando eu me for,
Se é que o outro lado tem estradas onde se caminhe,
Se é que há algo além de limbo,
Vou vivido de muita coisa.

Não me tornei um sábio com as coisas que vivi,
Mas me tornei, sim,
Muito mais consciente da minha ignorância.
Não digo isso por orgulho,
Se o confesso é por constatação.
Que orgulho haveria em se saber ignorante?
Ou mesmo, que orgulho há em se ser sábio
E enxergar toda a sujeira do mundo?
E seja eu um ou outro,
Não sou eu quem faz o mundo girar.
E o mundo giraria mesmo que fosse um cubo,
Pois o Universo onde escorrega
Não é uma ladeira coberta por paralelepípedos,
Mas um grande vazio cheio de coisas,
Muitas das quais nem imagino.

Vou seguindo a minha vida,
Rabiscando versos,
Pois assim é, eu sou.
E deixo que Deus,
Feito criança travessa,
Continue brincando comigo
De escrever minha insana
Biografia.

S. Quimas

Ouvindo Mahler

Músicos da Orquestra - Edgar Degas
Músicos da Orquestra - Edgar Degas


A vida é como um raio,
Cruza o céu de súbito,
Se estingue e, talvez, mais nada.
Uma estrada que se esvai no horizonte,
Cruza rios sem pontes,
Abismos, infernos, torturas,
Mas beleza, sensibilidade e sentimentos.
A vida é poesia
E enquanto, pura poesia.
Não é desesperança
Ainda existência houver,
Fôlego, possibilidade.
Há quem se deixe vencer,
Há quem se entregue.
Na vida tudo é possível,
Mesmo a alienação.
O homem não nasceu para sofrer,
Mas sofre, sofre como o cão faminto,
Sarnento à procura de restos no lixo.

Não me importo se minha poesia encontra plágio,
Ou que a outros a atribua,
Fui eu, menos, vil, cão, pecaminoso, quem a sentiu.
Isso me basta, a autoria da luz ou das trevas
Que trespassaram minha alma.
Não há comércio de palavras sinceras.
Eu quero gritar mesmo
E quantos mais ouvirem melhor,
Pois surdos há muitos,
Quase a maioria desse mundo.
Não que não ouçam sons,
Não ouvem almas.
Não sou arauto de nada,
Mas nada mesmo,
A não ser de mim próprio.
Não tenho pregação.
A única coisa que prego,
Se o que prego é de fato pregação,
São as metáforas contidas em meus versos imprecisos.
Não há a menor ilusão quanto a isso
E deles já tentei me livrar... E não posso!
Vêm, vêm eles todos em minha mente
E me seduzem como deleitosas cortesãs.

A minha maior fraqueza é ser poeta
E, sendo poeta, me deixar seduzir
Pelos meus versos todos.
A minha vida é o maior e mais péssimo exemplo,
Pois sinto em profundidade a tudo.
Choro ao ouvir uma música e me torturo com o silêncio.
Sou abominável e retrato em meu canto
Cada gota da chuva que se derrama
Sobre a paisagem da minha alma.
Há os que me leem e sintam satisfação,
Não sei se por sadismo ou cumplicidade,
Pois penso que também assim possam se sentir.
Talvez seja minha alma gêmea delas,
Por ser de todas as existentes.
Mas, deixa para lá,
O que importa se meus versos façam sentido?
Se iluminam ou obscurecem?
Meus versos são meus.
Primeiros eu os senti,
Sim, primeiro os senti...
Depois os trancafiei em palavras.

S. Quimas

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Humanidades

Édipo e a Esfinge - Jean Auguste Dominique Ingres


Nada é mais lúdico do que a certeza do excremento. Quanto mais vil e vilipendioso, mais afinado à alma que sonha em beber urina e consumir fezes.
São gargantas famintas de lixo, pois seu menu diário se baseia na aspiração mais profunda do desespero de sua autoimagem deteriorada pelo imenso condicionamento sofrido, na aceitação da comodidade de não pensar.
O resolver alheio é lição vaga, mas melhor é a acomodação do que a autocriação, ressurgir-se e assumir a própria loucura e não ter medo dos monstros que habitam os porões da própria alma.

S. Quimas

Foi apenas um sonho

Awol Erizku - Garota com um Pombo


Foi apenas um sonho,
Um momento de iluminação em minha alma,
Um risco de luz que rasgou minha mente,
Que escancarou as portas celestiais
E pude ver o que se passava no Paraíso.
Mas foi apenas isso,
Pois permaneço acorrentado,
Prisioneiro de minha carne,
Desfeito de minhas asas.
Não posso mais voar,
Sou anjo decaído arremessado ao chão,
Prostrado, imerso no pântano de minhas culpas.
Foi apenas um sonho,
A loucura de ter-te em meus braços,
De beijar-te a boca, de sentir tua carne,
De fazer-te minha, só minha.
Nem que por um frugal momento,
Queria pertencer-te e tu a mim somente
E nos darmos por inteiro,
E sermos uma única substância no amor.
Mas a vida é masmorra
De onde os meus gritos não são ouvidos,
Onde meus clamores se transubstanciam em silêncios.
E, assim, permaneço aqui,
Ferido da impotência
De não poder te alcançar.
Meus dias se alongam,
São só desespero, ânsia,
Desejo que jamais se aplaca.
Minha alma rabisca na parede da cela
O tempo infindo dos dias que se escoam,
Até que finalmente se esgota,
E se entrega ao sono
E sonha, embriagada de devaneio.

S. Quimas

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Marcas do Tempo



Quando você se envergonha das marcas e rugas em seu rosto, você também demonstra que se envergonha de tudo o que viveu e o levou a tê-las.

S. Quimas

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Quando você pousar suas mãos sobre meu corpo

Sri Krishna e Radharani


À minha Radharani

Quando você pousar suas mãos sobre meu corpo,
Não perjure suas promessas,
Não evite o meu prazer,
Seja apenas esse tudo que me diz ser, regala-me.
Não que em mim não haja crenças em maravilhas.
Mas, que coisas fantásticas desejo?
Carinho, afeto?
Simplesmente, você.
Sua entrega,
Não a renúncia de si mesma,
Mas a totalidade sua.
Quero, desejo sua carne nua
E também seu espírito.
Quero conversas em noites e dias que nunca findem,
Uma eternidade, nem que seja ela um minuto.
Quero a vida a seu lado,
Mesmo o obscuro que há em si,
Pois também não somos sombras?
Mas que sua sombra me conforte num dia quente de verão,
Que sejas como uma árvore em meu caminho,
Que me alimente e me proteja do sol,
Que eu possa repousar aos seus pés
E eu me lembre do perfume de suas flores.
Quero a você assim...
Uma estrela, ou apenas uma fagulha que seja,
No anoitecer dos meus dias.

S. Quimas

terça-feira, 22 de julho de 2014

As palavras são desnecessárias

Arte: Norman Rockwell


As palavras são desnecessárias quando o quê as precede é a real intenção do coração. A alma ouve sons que não se podem traduzir em sílabas.

S. Quimas


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Quando eu morrer



Quando eu morrer,
Não me recordem como um morto,
Porque aquilo que morreu de mim,
Eu não sou.
O que sou o mundo não viu,
Mas não todo o mundo,
Pois que o mundo não é a gente,
Mas o mundo real, é aquele que vive
E não apenas existência tem.
Existência também tem os insetos
E nem por isso construíram catedrais,
Sequer tiveram um pensamento religioso,
Nenhuma piedade, nem comiseração,
Apenas se preocupam — e sempre foi assim —
Em nascer, crescer, reproduzir e morrer.
Não lhes falta mente,
Falta-lhes sonho.
Sim, sonho.
Porque poesia, arte, devaneio e loucura
São uma só coisa.
Coisa estranha e sem sentido,
Mas coisa mais real do que o real,
Pois que é transcendente.
Não a essa miséria que cerca os insetos,
Porém a própria insetude humana.
Quando eu morrer,
O único testamento que deixo é esse,
A minha loucura.
Não quero sobriedade, quero o torpor.
Na embriaguez de minha alma
Falo com os anjos...
Com os anjos!
Para que falar com gente que não sente,
Mas só copia o que lhe autorizam a sentir?
Sou rebelde? Não.
Sou poeta.
Pai e mãe
De toda a utopia.

S. Quimas

Coisas sem sentido

Arte: Norman Rockwell


Uma das coisas mais sem sentido que podemos fazer em nossas vidas é nos intrometermos naquilo que não nos diz absolutamente respeito. A outra, é não cuidarmos daquilo que nos diz.

S. Quimas


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segunda-feira, 21 de julho de 2014

Nada é mais lógico do que a falta de sentido



Nada é mais lógico do que a falta de sentido. Nesse mundo de superficialidades e de se arrotar caviar enquanto se comeu sardinha, tudo está certo. Ser não é a questão, jamais. Ter é tudo.
Quem liga para o santo? Quem quer luz? A meia-sombra em um motel trepando com uma amante é mais convidativa. Não que o gozo seja um pecado, mas...
Nada é mais perfeito nesse mundo que a sua insânia: guerra, violência, ganância, egoísmo, indiferença, dor, e toda a espécie de males e flagelos.
Que fazer?
O inferno não foi feito para anjos.
Contudo, ainda há uma esperança. Acordar!

S. Quimas

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domingo, 20 de julho de 2014

Eu não importo

Uma Porta Aberta (Itália) - Anna Bain


Eu não importo,
Tu não importas,
Ele/Ela não importa,
Nós não importamos,
Vós não importais,
Eles/Elas não importam.
O que importa, então?
A porta?
Se ela, para onde se abre?
Não se sabe...
Tenta-se adivinhar,
Palpita-se, mais nada.
A porta abre,
Mas também tranca,
Isola.
É preciso chave,
Ou arrombar.
Mas o que importa,
Se a porta
Dá para o vazio?
Mesmo a ausência
É algo.
Não te atinge?
Não te fustiga e acutila?
Então importa.
A vida é porta,
Mas entrei
Nesse mundo
Pela janela.

S. Quimas

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Existem duas oportunidades na vida

O Barco de Dante - Eugène Delacroix

Existem duas oportunidades na vida:
Viver e não viver.
E o que é viver?
Sei lá, vivo apenas cada instante,
E não sei se vivo realmente.
Na certeza, na dúvida, permaneço assim.
É a merda da minha existência.
Poupem-me palavras os pudicos,
Não vos escrevo.
Escrevo para quem tem consciência do Inferno,
Pois o Inferno é aqui.
Simples assim, mais nada.
A alma emerge para a vida
E aí é triturada por uma montanha de crenças.
Crê que tudo possa ser
E depois a levam a não crer mais.
Falácia.
Muitos leem as minhas aberrações
E tomam a elas por poesia.
Não são. São gritos.
Minha poesia fala de tudo.
Do amor, da natureza...
Incorporo todo o ser.
O que vem a minha alma
É o regurgitar do mundo,
Aquilo que faz parte da sua miséria.
Contudo, também a Luz.
Porque há Luz, sim... Luz.
Não precisamos de lâmpadas
Para nos iluminar,
Precisamos de olhos.

S. Quimas

quinta-feira, 17 de julho de 2014

A verdade deveria ser dita

Arte: Alexandre Cabanel Phèdre


A verdade deveria ser dita,
Mas poucos ousam.
O mundo é mundo desde a sua fundação.
Não espere que todos que te cercam te iluminem.
A luz é farta, cobre o Universo inteiro,
Mas muitos carregam trevas.
Seja Pai, mãe, filho, parente, amigo,
Todos carregam.
Não há razão de tristeza nisso,
Senão não faria disso poesia.
Há de se ter entendimento, compreensão,
E, principalmente, compaixão.
Não porque sejamos fortes,
Os vitoriosos, aqueles guardadores da virtude,
Mas porque reconhecemos
O quanto somos limitados...
Principalmente, na nossa capacidade de amar.
Nesse mistério, ainda somos infantes, um nada.
Amar é dar-se completamente, sem medo.
Quem tem medo de se dar, não ama.
É não se importar consigo,
É não pedir ou desejar recíproca.
É dar-se incondicionalmente.
Mas eu... Mas eu?
Que eu?
Quem pensa em si, não se entrega.
E aí? Se eu sofrer?
Barrelas. Nenhum sofrimento é maior
Do que jamais ter amado.


S. Quimas

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Que criatura sou eu

Abismo Verde · Giulio Aristide Sartorio


Que criatura sou eu
Que faço de versos o que sinto?
Sou como todos,
Pois minha alma encarna a humanidade.
Nos meus versos digo tudo
E nada.
Nada que não queira confessar.
Versos brotam da alma.
E quantas almas leem
Os versos que faço?
Quem os compreende?
Quantos os que realmente sentem?
Alguns. Apenas uns poucos...
Rara é a alma que é sensível,
Rara, pois aqui é um mundo de coisas,
Coisa ali, coisas aqui, mas só coisas.
Não estão usando o verbo “coisar”?
O ser humano não tem dele compreensão
Que não seja coisa.
Que coisa?!
Acredito que possamos dar um passo,
Oxalá! Não seja para o abismo.
Mas se para o abismo for,
Que antes
Criemos asas.

S. Quimas

Porque um Arcângelo veio em minha vida

Radharani


À minha Radharani

Porque um arcanjo veio em minha vida.
Tu, somente tu para me acordar,
Para despertar a mim amor.
Sabe o teu poder, minha senhora?
Bruxa és tu, feiticeira de magias imensas,
Sou apenas isso, um teu adorador, um poeta,
Ou nem tanto, mas sei o que sinto,
Do mais profundo da minha alma.
Paz e toda calma,
Quando apenas falo contigo.

S. Quimas

terça-feira, 15 de julho de 2014

Quisera que tua boca sobre a minha pousasse

Sri Krishna e Sri Hadharani

À minha Radharani

Quisera que tua boca sobre a minha pousasse,
Como pousa, na praia, a espuma do mar.
Mansamente, rebrilhando à luz do sol,
Feito espelho gracioso,
Abraçando os grãos de areia.
Quisera que tu fosses apenas como o mar:
Azul límpido, por vezes tempestuoso,
Mas fluir de ondas sempre presente.
Quisera eternamente e tão somente agora,
Um instante, um segundo, um lapso,
Quisera...
E por tanto querer,
Já não te tenho. Que fazer?
Seguir pensando que um dia possa,
Ainda que assim, sem resposta,
Resolver a questão que consome todo meu ser:
Quem há de me acordar
Amanhã de manhã?
Tu? Não sei!
Mas quisera fosse.


Não há luz no fim do túnel



Não há luz no fim do túnel,
Só vazio.
Crede-me, do túnel não há nada,
Exatamente nada que ilumine.
Esperança? De quê?
De que a vida te satisfaça
Se o propósito não é este?
A vida te cutuca,
Acutila-te, te faz mover.
A vida não é um divã
E tu não fazes psicanalise.
Para que entender a tua alma
Se tu não queres enfrentar
Todos os teus fantasmas?
Se tu és avesso a porões?
Quem te deu a ilusão de uma alma digna
Apesar de toda a tua oração?
Por mais que ores,
Que tu és?
Um igual a outro qualquer.
Isso, a verdade, essa, a sentença.
Não há crime e coisa mais abominável de outro,
Que te faça melhor ou mais justo.
Deixa o rato que se esquiva pelo canto das paredes
E segue outro modelo.
Tu fazes parte do lixão humano,
Nem mais, nem menos vil,
Apenas mais um... Só isso.
Aqui nesta sopa,
Seja legume ou carne,
Todos são cozidos.
Queres de mim saber uma solução?
Não a tenho...
Como tu, navego.
Se sou nau, capitão, ou marujo, não importa.
Sigo o dia, não fecho janela, não fecho porta.

S. Quimas

Eu não sou mais nada



Eu não sou mais nada
E ainda assim sou tudo,
Pois o poeta incorpora
Até a não existência.
O poeta é vão, pérfido,
Aliciante, alucinante
Como uma droga.
Seus versos são calabouços,
Prisões sem nós,
É tudo o que a alma sente,
O todo e o nada,
A busca e o encontro,
Confronto...
Beco, estrada.
O poeta é apenas
O imponderável,
Tudo o que nos resta
De mais imensurável,
Um sem-limites.
Um encantador de palavras,
Pura irreverência.
Brinca com a dor
E chora a alegria.
O poeta é tudo,
O que, real, se sente
E até mesmo aquilo
Que se gostaria.


S. Quimas

Eu quero ressuscitar eu mesmo



Eu quero ressuscitar eu mesmo,
Ainda que com todos os meus defeitos abjetos,
Pois quero em mim o que seja humanidade.
Não essa, mas a minha própria.
Quero louvar o meu deus-homem,
Enquanto homem, a Luz que me é.
Quero, por mais medonhas, as trevas
Daquilo que sou em verdade
E não a dissimulação dos tantos,
Que covardes, aparentam,
Fingindo o que não é.
Quero o inferno de saber-me pequeno,
Porém existente. Total em minha pequenez.
Não desejo glória, nem os prêmios do mundo:
São falácias, encantamentos do abismo.
Prefiro as arestas da vida,
Os grãos que recobrem os muros.
Não me importo se minha carne se dilacera.
A carne pertence ao tempo.
Eu? Eu pertenço à Eternidade.


S. Quimas

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segunda-feira, 7 de julho de 2014

Nada é mais doce que o teu belo sorriso

Retrato de Madame Mole-Raymond - Elizabeth Louise Vigee Le Brun

À minha Hadharani.

Nada é mais doce que o teu belo sorriso,
Quanto encantamento e magia produz,
Quanto me cativa e de todo me seduz,
Faz-me perder a fala, rouba-me o siso.

É luz do sol lá no horizonte se levantando,
Iluminando a face do céu, a aurora vinda.
É prazer, uma alegria que jamais se finda
E que a toda a dor e trevas vai dissipando.

Assim é teu sorriso, de beleza sem igual,
Mármore translúcido em berço carmim,
Irradiação de Luz que jamais terá um fim,
Uma dádiva divina de uma alma angelical.

S. Quimas

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Há coisas que falo

Arte: Bacante adormecida - Ignoro o autor


Há coisas que falo,
Outras não digo.
Não há em mim
Nada tão confesso
Que o amor que sinto,
Esse que me toma a alma,
Esse que é eterno,
Que é razão de meus versos,
A minha toda inspiração.
Se é por ti, sei, ou não sei...
O que saberei?
Nada, nada sei,
Só sei que te amo,
Que tu és presença imorredoura,
Parte de mim mesmo.
Parte não, todo.

S. Quimas

Dos teus lábios todos os beijos

Fazedora de Colar de Flores - S. Elayaraja


Dos teus lábios todos os beijos
E de tuas mãos doces carícias.
Em teu corpo tenho regozijos,
Senhora de incontáveis delícias.

Faze-me fremir, perder a razão,
Esvair de mim todos os sentidos,
Entrar em incontrolável delusão,
Louco, completamente aturdido.

Assim, tu és, assim a mim tornas,
Tamanho é o gozo que tu me dás,
Ouro com que a minha vida ornas,
Momentos únicos que só tu alindas.

És o meu maior e mágico encontro,
A melhor hora, minuto e segundo,
O tempo perfeito que perlustro,
Minha morada e todo meu mundo.

S. Quimas

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Porque nada morre

Sri Krishna


Porque nada morre,
Tudo se esvai em luz,
Regressa ao que era,
Antes que a escuridão o roube para que seja estrela,
Ou apenas reflexo,
Um sei lá,
Um sei tudo
E além.

S. Quimas



Amor e perdão

Kirishna e Hadharani


No campo da vida só há oportunidade de germinar o verdadeiro Amor, quando constante e conjuntamente semeamos e cultivamos o perdão.

S. Quimas

quarta-feira, 2 de julho de 2014

Amo-te com tão febril amor

Scott Burdick - Karla com Lenço Branco


Amo-te com tão febril amor,
Que minha alma arde em luminosas chamas,
Numa paixão qual a explosão de mil estrelas,
Galáxias que se abraçam no espaço sem fim.
Perde-se para mim o tempo,
Pois todas as minhas horas são tuas,
E nelas, meu pensamento te vive por completo.
Nem mais sei se existo eu,
Pois tu és já toda a minha existência:
O fôlego que respiro,
O pão que me alimenta,
A água que me sacia a sede;
És a aurora dos meus dias
E o ocaso de minhas noites,
Princípio e fim,
E toda a Eternidade.

S. Quimas

terça-feira, 1 de julho de 2014

Amando assim com tão imenso amor

Ed Tadiello - Anjo Radiante


Amando assim com tão imenso amor,
Minh’alma se enleva além do véu,
Vendo do Paraíso o seu fulgor
E anjos abrindo as portas do Céu.

Vejo a ti, meu amor, casta e bela,
Beleza resplandecente, querubim
De asas de luz e dourada auréola,
De pele suave e lisa tal cetim.

Curvo-me então à tua figura,
Tomado de poderosa emoção,
Duma paixão tão desmedida e pura,

Que de todo me toma o coração
E, assim, tão profundamente imerso,
Já não sou mais eu, mas todo Universo.

S. Quimas